Após convite recebido, reflecti um pouco e, de acordo com os
ditado: - "Quem faz um cesto, faz cem" ou "Quem dá o que tem a mais
não é obrigado", aceitei, embora ainda com algum receio, próprio de
quem tem a noção das responsabilidades.
Li, algures, "que a vida do poeta tem um ritmo diferente, sendo a
sua alma, apenas uma parcela do infinito distante, sofrendo
pavorosamente a dor de ser privilegiada".
O poeta está comprometido, como um missionário, com o "Infinito que
ninguém sonda e ninguém compreende"; "eterno errante dos caminhos,
que vai pisando a terra e olhando os céus".
Ora bem! Não é qualquer um que assim escreve ou fala e,
sinceramente, (na minha opinião, claro...) não posso estar mais de
acordo.
Espero que os autores em presença, poetas que muito considero,
concordem, não achando que não devia ter feito este pequeno
intróito.
Espero e desejo que esta Antologia constitua mais um êxito a bem da
divulgação da obra dos poetas que a integram e, simultaneamente, da
própria POESIA.
Modos de escrita diferente, inspirações as mais variadas, diversas
maneiras de encarar a vida e o mundo, de acordo com a óptica de cada
um, que, naturalmente, enriquecerão esta Antologia que, tal como as
anteriores, alcançará um novo êxito no panorama da literatura
portuguesa.
Que após a sua leitura, possam os que a ela tiverem o privilégio de
ter acesso sentir-se compensados e motivados para novas leituras.
Segundo Eduardo Lourenço, "compreender a POESIA é olhá-la sem
tentação de nada lhe perguntar. É aceitar o núcleo do silêncio de
onde todas as formas se destacam. A obra vale pela densidade do
silêncio que impõe. Por isso os poetas que imaginam dizer tudo, são
tão vãos como as estátuas gesticulantes".
Aos autores, o meu abraço pela coragem e persistência revelada nesta
paixão comum que os anima, independentemente de óbvias diferenças no
estilo que, afinal, "apenas" trazem à presente publicação, um maior
sortilégio.
Ao CÍRCULO NACIONAL D'ARTE E POESIA, na pessoa da sua presidente –
Maria Olívia Diniz Sampaio – sinceros parabéns.
José Ribeiro Branquinho
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