O NATAL... UM SONHO!
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A noite estava
fria. Na casa da Rita a temperatura era agradável e na sala
havia um presépio e uma enorme árvore de natal como
símbolos da época festiva.
A ceia foi um
repasto que satisfez os desejos gastronómicos. Agora, a
família estava sentada junto ao fogão de sala, a conversar.
Reinava a paz e harmonia. A Rita vivia um momento de
celebração da vida.
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O relógio deu
doze badaladas e a mãe da Rita disse:
— Está na
hora do Pai Natal.
Deram as mãos
e dirigiram-se para junto da árvore de Natal, onde abundavam
as quimeras natalícias, os presentes.
— Que
embrulho tão grande! O que será? — questionou o pai.
— Olha este!
também tem o teu nome, Rita. Este presente é para o papá, e
tens outros aqui.— disse a mãe.
— A mãe
também tem ali os presentes — disse o pai.
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O ambiente era
de euforia e de entusiasmo. À medida que o tempo passava, o
carinho era como néctar para a alma. Um belo momento na vida
daquela família!
— Rita,
quando fores grande, lembrarás com satisfação, quiçá
nostalgia, os natais? — perguntou o pai.
— Sem
dúvida. O natal é uma verdadeira festa de humanismo, mas...
— Mas?! —
interrogaram os pais.
— O que
recordo do Natal não são os presentes. Estes recebo-os
várias vezes durante o ano, mas um outro que não tem preço,
com muito mais valor: é o espírito de solidariedade das
pessoas; o tempo em que vocês têm tempo para o convívio em
harmonia e paz, para o amor. Quem me dera que em cada um dos
amanhãs houvesse sempre um momento de espírito natalício!
João Paulo
Amaral Correia Dias
NATAL
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Com tempo ameno
ou com tempo rigoroso,
em qualquer dos cantos
deste conturbado planeta,
é a quadra natalícia
por todos nós sentida
como uma época
de todas diferente.
No ar
paira uma atmosfera
diferente do habitual,
que nos toca,
que nos contagia,
que faz fissurar
a dura capa de verniz
que envolve os nossos corações
e que não nos deixa olhar
para os nossos semelhantes,
que nos impede de ver
que todos somos irmãos.
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Nas nossas cidades,
luzinhas coloridas
de estrelas e enfeites
iluminam as nossas ruas.
De caixas suspensas,
aqui e além,
elevam-se suaves sons de suaves cantos,
vozes límpidas e claras de crianças
entoando cânticos de Natal,
cânticos que convidam à amizade,
cânticos que convidam à fraternidade
e ao amor.
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E todos nós,
nestas nossas cidades,
por estas nossas ruas,
envolvidos por brilhantes luzes
e por sons amenos,
andamos buliçosos,
andamos atarefados,
quais formigas diligentes,
de loja em loja,
vendo,
escolhendo,
comprando mais um brinquedo,
mais uma lembrança,
mais uma faiança,
mais um presente
para aquele nosso amigo,
para este nosso familiar,
preparando o grande dia,
o dia da reunião
de toda a família.
E lá longe?
E naquele país distante,
onde não há cidades com ruas iluminadas,
onde nem há cidades,
onde não há paz,
onde não há pão,
onde muitas vezes não há família sequer,
destroçada pela fúria impiedosa
pela fúria devoradora
das guerras,
das doenças,
e das fomes?
Que pena que o
Natal
apenas seja sentido
apenas seja vivido
nesta época de Natal!
Que pena que não se estenda
Que pena que não abranja
os meses, o ano inteiro!
Que pena que se confine
às nossas cidades apenas
e não se estenda
até àqueles países distantes,
onde não há sequer
o pão nosso de cada dia,
onde Natal é sinónimo de sofrimento,
onde Natal é sinónimo de desgraça e de morte!
Mas...
Mas o Homem é isto mesmo!
Se nem mesmo à sua volta consegue ver
que o Natal
nem para todos é igual,
como poderá ele lembrar-se
de quem está distante?
Mas é a quadra de Natal!
É a quadra que a todos contagia!
Celebremos, pois, o Natal
com muita paz e alegria,
com muito amor e ternura
junto das nossas famílias;
mas não nos esqueçamos
daqueles que nos rodeiam.
Às vezes basta tão pouco!
Basta apenas
uma simples palavra,
uma palavra de amor!
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H. J. C. O.
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