Forum Romanum 

 

 
 
 


Edifícios religiosos

 

Os romanos edificaram grande número de templos aos seus deuses. Só no Forum Romanum havia nove templos.  Num dos extremos do forum costumava encontrar-se um grande templo, dedicado aos deuses Júpiter, Jano e Minerva. S habitantes da cidade deviam fazer sacrifícios aos deuses e venerar a divindade guardiã da cidade. Com o Império, passaram a venerar o próprio Imperador.

 
Templo de Saturno.

Templo de Saturno – Saturno era um deus romano da agricultura, identificado posteriormente com o deus grego Cronos. Segundo a tradição, ele havia sido um antigo rei de Roma, onde introduziu a agricultura e instalou a cidadela,  no Capitólio.  O seu templo localizava-se no sopé da colina Capitolina e nele ficava o aerarium do povo romano (tesouro da República). Continuou a existir sob o Império, mas distinto do ficus, ou tesouro imperial.  A sua  principal fonte  de receita, no Império, era a renda das províncias senatoriais e parece ter arcado com os custos da manutenção doe edifícios públicos, da construção de estradas e da religião do Estado.

O aerarium cunhava moedas de cobre. Embora a administrado pelo senado, o controlo dos Imperadores aumentou, até que se tornou quase impossível estabelecer na prática uma distinção nítida entre os dois tesouros. O templo de Saturno consistia numa plataforma elevada com oito colunas. Terá sido construído no início do século V a. C. e reconstruído várias vezes. As actuais ruínas datam do séc. IV d.C. No templo de Saturno guardavam-se as Tábuas da Lei e os registos dos decretos do Senado. Restam oito colinas. Saturno foi o deus mítico da Itália e governou numa idade de ouro próspera e pacífica, em que não havia escravidão, propriedade privada, crime ou guerra. Como tal, agradava essencialmente ao povo e aos escravos. Todos os anos, entre 17 e 23 de Dezembro, o seu reinado era relembrado numa semana de sacrifícios e festas, conhecidas como Saturnais. Enquanto durava a celebração, a ordem social normal era alterada. Os escravos podiam comer e beber com os seus senhores e muitas vezes eram servidos por eles. Senadores e outros homens ilustres entregavam-se a jogos em que as apostas eram pagas em nozes, um dos símbolos da fertilidade. Grande parte deste espírito e deste ritual foi preservado na comemoração do Natal.

 

Templo de Júlio César.

Templo de Júlio César – foi mandado erguer pelo Imperador Augusto, em memória de Júlio César, no local onde foi cremado. César foi assassinado por um grupo de romanos, encabeçados por Bruto e Cássio. A sua eliminação foi um crime desatinado, na opinião de Dante, que na “Divina Comédia” colocou os seus assassinos no círculo mais baixo do Inferno, pois César combinava no mais alto grau as qualidades de estadista e comandante militar, de homem dotado de discernimento, de determinação, de capacidade de decisão e de clemência.

 

 

Templo de Vesta.

Templo de Vesta – situava-se a sul da Via Sacra, no Forum romanum. Era um edifício circular, originariamente cercado por um anel de vinte colunas caneladas. É do séc. IV d. C., embora no local tivesse existido um outro templo. Vesta, na religião romana, era a deusa do fogo, da lareira acesa, venerada nas casas romanas, enquanto se mantinha ateado o fogo sagrado do Estado, ao cuidado das Vestais (à excepção do dia 1 de Março, início do ano novo, quando era renovado). Segundo se pensava, o seu templo representava a casa e a lareira do rei, da mesma forma que as Vestais representavam as suas filhas. A forma circular do templo pode ser uma relíquia do feitio da casa pré-histórica romana

 
Templo de Castor e Pólux.

Templo de Castor e Pólux – na religião romana, Castor e Pólux talvez proviessem de Túsculo (aparentemente Castor foi introduzido antes de Pólux e sempre gozou de maior popularidade). O templo  foi-lhes consagrado por Aulo Postúmio, por ocasião da batalha do lago Regilo, em 496 a.C. contra os reis tarquínios banidos. Uma lenda contava que naquele confronto ambos lutaram à frente do exército romano e depois levaram a notícia da vitória a Roma; foram vistos a dar de beber aos seus corcéis no Lacus Iuturnae, cujos vestígios existem até hoje nas imediações do templo de Vesta.

Tibério mandou reconstruir o templo no ano de6 d. C.. Ainda se podem ver as ruínas dessa construção. Na sua loucura, Calígula transformou o templo num pórtico do seu palácio, abrindo uma porta entre as imagens dos deuses, transformando-os, segundo as suas próprias palavras, em seus porteiros. O templo de Castor e Pólux serviu, durante muito tempo, de repartição onde se aferiam  os pesos e medidas, o que é confirmado por várias inscrições, feitas no próprio templo. Os juramentos latinos mecastor! e edepol! evidenciam a sua popularidade. Aulo Gélio afirma que em épocas remotas, os juramentos por Castor e Pólux eram feitos somente por mulheres, mas gradualmente os homens passaram a usar o juramento edepol!.

 

 

Templo de Vespasiano.

Templo de Vespasiano – situava-se junto ao templo de Saturno. Restam três colunas, que no séc. XVIII estavam completamente enterradas. Vespasiano foi Imperador romano de 70 a. C. 0 79 d. C.. era filho de um colector de impostos e foi notável pela sua simplicidade. Entre as obras públicas de sua iniciativa merece destaque o Coliseu (terminado por Tito ou Domiciano) e o Templo da Paz, considerado por Plínio um dos mais belos edifícios do mundo. Neste templo estavam reunidas muitas obras de arte provenientes de várias regiões distantes, entre elas o castiçal de ouro do templo de Jerusalém.

 

 

Templo de Antonino e Faustina – este templo foi  primeiramente oferecido pelo Imperador Antonino Pio a sua esposa Faustina, falecida em 141 d. C. Quando ele morreu, o templo foi dedicado a ambos. No séc. XI foi transformado em igreja, pois pensava-se que São Lourenço havia sido condenado à morte naquele lugar. Na imagem, vê-se a fachada da igreja, erguendo-se sobre o pórtico do templo.

Templo de Antonino e Faustina.

 

 

Nem todos os edifícios religiosos existentes no Forum Romanum eram templos. Havia também a

Casa das Virgens vestais.

Casa das  Virgens Vestais 

Originalmente era um enorme complexo com cerca de 50 aposentos, distribuídos por três andares. Elevando-se acima de tanques, que provavelmente teriam nenúfares e peixes dourados, ainda hoje se pode observar uma fileira de estátuas desgastadas e, na sua maioria, acéfalas, de antigas Vestais. As Vestais, na religião romana, eram virgens representando as filhas do rei , no período monárquico, incumbidas da preservação do fogo no Templo de Vesta, a lareira do Estado, o que não era tarefa fácil, pois a chama era facilmente apagada pelos ventos. Qualquer vestal que deixasse extinguir o fogo era chicoteada pelo Pontifex Maximus e mandada embora. Preparavam também o bolo de sal (mola salsa) para várias festas públicas e tinham sob custódia certo número de objectos sagrados, como o Palladium e as cinzas das Fordicidia. As Vestais, de início escolhidas nas famílias patrícias, eram quatro ( mais tarde seis); viviam na Casa das Vestais e gozavam de um estatuto elevado e segurança financeira.   Se fossem consideradas culpadas de faltar à castidade, eram enterradas vivas numa câmara subterrânea, num local conhecido como Campus Sceleratus, situado perto da porta Colina. Após trinta anos de serviço as Vestais retornavam à vida privada.

 

Comitium  - era “lugar de reunião”, uma área pavimentada com cerca de 67 m de cada lado, situada na extremidade NW do Forum romanum. Era considerada um Templum ou área consagrada, onde, nos primeiros tempos da República, se realizavam assembleias do povo romano para deliberar sobre todos os assuntos, à excepção de eleições.  A norte do Comitium ficava a Cúria e a sul a rostra.  

 

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Dez.2000