Despedida do pessoal rendido |
A parte da tarde foi marcada por uma grande actividade de todo o pessoal: os que iam partir andavam em grande azáfama a arrumar os haveres e a transportá-los para as viaturas; os que ficavam ajudavam os primeiros e transportavam também os seus haveres para as casernas que iam ficando vagas e disponíveis.
Toda esta actividade decorreu de maneira normal, sem necessidade da intervenção dos superiores. Como durante o período de sobreposição se criaram rápidas amizades entre veteranos e maçaricos, à medida que um veterano largava a caserna e a cama, era imediatamente ocupada pelo maçarico, que passava do relativo desconforto da tenda de campanha para o conforto e maior segurança da caserna, construção rectangular pré-fabricada em metal e com algum isolamento térmico e acústico.
Eram dezoito horas e já todo o pessoal estava na coluna auto, formada por dois unimogues e uma berliet, a caminho de Quimbele. A tristeza da partida, para os que ficavam, contrastava com a alegria dos que partiam. E a comitiva de despedida não se limitou aos maçaricos. Estavam também no quartel os GEs, sob o comando do chefe Simão, e alguns nativos civis, entre os quais os miúdos lavadeiros, que viam pela última vez os patrões que, durante cerca de um ano, lhes deram a ganhar algum dinheiro. Apesar das proibições do alferes, houve alguns soldados que, ao atravessarem o portão de saída, não resistiram a mandar um tiro para o ar. E ficámos, a partir deste instante, entregues a nós próprios. |
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