Henrique J. C. de Oliveira, Os Meios Audiovisuais na Escola Portuguesa, 1996. |
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Pode-se considerar,
dentro da classe de recursos de projecção animada, todos aqueles cujas imagens
com movimento podem ser visionadas graças à sua projecção por meio de um
sistema óptico ou electrónico sobre uma superfície adequada. O primeiro
sistema de projecção animada criado pelo homem moderno foi o cinema[1],
inicialmente inventado com objectivos científicos e, em breve tempo,
transformado em sétima arte. O segundo sistema de projecção, cujas semelhanças
com o cinema passam completamente despercebidas à grande maioria dos
utilizadores, foi a televisão. Ao cinema e televisão veio juntar-se um
conjunto de recursos tecnologicamente evoluídos, tais como os sistemas de
videogravação e de videoprojecção. Até mesmo os meios informáticos ou
informatizados, que consideramos como uma classe à parte, apresentam algumas
relações com a televisão, embora envolvam aspectos tecnológicos e
potencialidades diferentes, que os colocam numa categoria específica. Dentro da categoria da projecção animada iremos considerar,
sucessivamente, o cinema, nos dois formatos mais frequentes (ou únicos) no
ensino, a televisão e os sistemas a ela ligados, tais como os videogravadores e
os videoprojectores. Os únicos formatos em que o cinema (utilizando projectores
de cinema) entrou nas instituições de ensino,
salvo casos pontuais, foram o 16 e o 8 milímetros. E mesmo estes, devido ao
alto custo das máquinas e películas, nunca conheceram a expansão que seria
desejável. Com a aparecimento de sistemas de gravação em vídeo, a partir dos
finais da década de 1970 e começos da seguinte, o cinema chegou praticamente
ao fim, sendo as máquinas de filmar de 8 e super 8 substituídas pelas modernas
e compactas «camcorders».
A análise dos dados obtidos, quer através do inquérito dos recursos didácticos,
preenchido pelos conselhos directivos de 71 escolas do distrito de Aveiro, quer
através da observação directa nessas mesmas escolas, parece confirmar que o
cinema é um recurso totalmente caído em desuso. À excepção de uma escola do
concelho de Anadia, onde encontrámos um grupo de professores que mantém ainda
vivo o espírito cineclubista, isto é, o espírito dos antigos clubes de
cinema, muito em voga em Portugal entre os anos 50 e 60, em nenhuma das escolas
possuidoras de máquinas de projectar estas são actualmente utilizadas. Umas
figuram mesmo como peças de museu, como verificámos em algumas escolas; a
grande maioria encontra-se arrumada em "armazéns", coberta de poeira,
apesar de, em muitos casos, estarem ainda em perfeito estado de funcionamento.
Encontrámos mesmo algumas bastante evoluídas e dos finais da década de 70,
que saíram talvez pela segunda vez da embalagem de origem para as podermos
analisar. Ainda por estrear, pudemos comprovar que funcionavam perfeitamente,
apesar de não dispormos de nenhuma bobina com filme para podermos visionar. Efectuaremos aqui uma análise simultânea do cinema de 16 e 8 milímetros,
dado o reduzido número de aparelhos existentes. Constituindo o cinema um dos
oito recursos que mereceram da nossa parte uma análise mais minuciosa,
recorreremos para análise aos elementos registados no mapa 8 e aos inquéritos
directos correspondentes às 15 escolas detentoras de projectores de cinema. O número de escolas do distrito de Aveiro possuidoras de projectores de
cinema de 8 e 16 mm, tal como se documenta no quadro 26, é muito reduzido e
corresponde, em regra, às antigas escolas preparatórias e secundárias, muitas
delas com algumas dezenas de anos de existência e anteriores à década de
1980. Apenas 7 escolas possuem projectores de cinema de 16 mm, o que corresponde
a 9,85% relativamente às 71 escolas que responderam ao inquérito e 9,58% em
relação às 73 escolas do distrito. O número de projectores de 8 mm é de 9
(12,6% ou 12,3% de acordo com o total de escolas considerado). O número total
de escolas dotadas com projectores de cinema é de 15 (21,12% ou 20,54%), tendo
uma delas uma máquina de cada formato.
Quadro
26: Escolas do distrito de Aveiro dotadas com
projectores de cinema de 8 e 16 milímetros. Comparando com o distrito de Braga, verificamos que este se encontra mais
bem dotado com este recurso do que o distrito de Aveiro, havendo 6 projectores
de 16 mm e 22 de 8 mm, o que dá um total de 28 aparelhos[2]. Ao efectuarmos o inquérito directo nas 15 escolas possuidoras de
projectores de cinema, procurámos essencialmente averiguar se os mesmos eram
actualmente utilizados e, independentemente das respostas obtidas, procurámos
também verificar quais os modelos, as marcas e as características técnicas e,
uma vez que quisemos observá-los directamente, averiguámos até que ponto se
encontravam ainda operacionais. Não se pretendendo aqui uma análise exaustiva
de todos os resultados obtidos, limitar-nos-emos aos aspectos essenciais que
pudemos observar. À pergunta se os projectores de cinema ainda eram actualmente
utilizados, além de, por vezes, termos constatado que os professores e
elementos de alguns conselhos directivos desconheciam a sua existência na
escola, a resposta foi invariavelmente a mesma: «Já há muitos anos que
ninguém usa isso!»; todavia, na Escola Secundária de Anadia, encontrámos
um grupo de professores que ainda utiliza, de tempos a tempos, um projector de
16 milímetros de origem polaca, com sistema óptico de som[3].
Esta utilização ocorre apenas periodicamente em actividades extra-classe, graças
a esse grupo de professores que criou um clube de cinema e não quer deixar que
este se extinga, recorrendo para tal ao empréstimo de filmes e possuindo mesmo
uma pequena cinemateca com documentários oferecidos por diversas embaixadas. Independentemente do formato, verificámos que, dos 15 projectores
observados, alguns ainda por desembalar, sete eram já sonoros, havendo mesmo
alguns com duas pistas magnéticas, pelo que permitiam uma projecção com som
estereofónico ou uma utilização independente das duas pistas, reservando uma
para locução e a outra para o fundo musical. Algumas máquinas mais recentes,
que tivemos a oportunidade de desembalar pela primeira vez, vinham dotadas com
um ecrã para visionamento à luz diurna, assemelhando-se a um pequeno aparelho
de televisão[4].
Quadro 27: Frequência global de utilização do projector de cinema como
recurso educativo em três períodos diferentes.
Embora sabendo-se que, à excepção de uma escola, os projectores de
cinema há muito deixaram de ser utilizados, passamos à análise das respostas
dos inquéritos aos docentes das 12 escolas seleccionadas. As respostas obtidas
estão de acordo com os resultados do inquérito directo. Como, à excepção da
resposta de dois professores, não há qualquer indicação de frequência MV e
AV, não procedemos à elaboração do quadro de síntese e remetemos para o
mapa 9, apresentado na secção de anexos. A sua consulta permite verificar que,
em qualquer nível de ensino, os professores não recorrem ao cinema como
recurso educativo. E se eventualmente apresentam algum filme, fazem-no
utilizando uma gravação em vídeo. Das 349 respostas obtidas, tendo em conta a
globalidade dos níveis, apenas 12 professores (3,44%) indicaram utilizar «Raras
Vezes» o projector de cinema de 8 mm; e para o projector de 16 mm o número de
respostas decresce significativamente: «Algumas Vezes=1 (0,29%); Raras
Vezes=8 (2,29%)». Os gráficos 6.1, 6.2 e 6.3 mostram também que os
projectores de cinema se encontram entre os recursos a que os professores já não
recorrem. E dos que, por ventura, terão recorrido ao projector de cinema, ainda
que raramente, situam-se todos, como tivemos a curiosidade de verificar, no
segundo ou terceiro escalão etário. A não utilização do projector de cinema pelos professores como recurso
didáctico é uma realidade há muito verificada. A consulta da tese de A.
Moderno[5],
cujos inquéritos foram realizados em 1983, abrangendo a região centro do país,
revela-nos que, já nesta altura, os professores só muito raramente recorriam
à projecção de filmes. Relativamente ao cinema de 8 mm, de um total de 600
professores inquiridos, só 17 declararam utilizá-lo «raramente», o que dá
uma percentagem global de 2,83%. Idêntica situação foi também registada em
relação ao distrito de Braga, em 1988, por Bento Duarte da Silva[6],
onde as percentagens de recurso ao cinema são igualmente reduzidas na
globalidade dos níveis: «Algumas Vezes-4,6%; Raras Vezes-10,7%». Vimos, em capítulos anteriores, como
a televisão constitui um agente
transformador da espécie humana, cujos potenciais perigos foram diversas vezes
motivo de reflexões. Mas, ao lado deste aspecto negativo, verificámos também
que a televisão foi considerada como um poderoso recurso pedagógico, acabando
por surgir em diversos países a televisão escolar. Em Portugal, tornou-se,
durante várias décadas e a partir de 1964, um recurso educativo extensivo a
todo o território, conhecido como telescola, tendo funcionado durante
muito tempo como um sistema educativo paralelo ao ciclo preparatório nos edifícios
das escolas de ensino primário. Figura
9: Distribuição
do número de televisores por escola no distrito de Aveiro, em 1994/95. Sendo o aparelho de televisão um recurso existente a 100% em todas as
escolas do distrito de Aveiro, chegando mesmo a haver, na globalidade dos três
níveis de ensino, um aparelho para 8 a 10 salas de aula, a verdade é que os
aparelhos existentes são pouco utilizados com objectivos pedagógicos a partir
de emissões directas de televisão. A sua utilização é geralmente feita como
terminal de um sistema de vídeo, servindo para visionar os programas
previamente gravados existentes nas escolas ou, numa boa percentagem de casos,
trazidos pelos próprios professores. A análise dos mapas 9 a 13, bem como o quadro 28 com a soma das frequências
MV+AV, mostra-nos que, na globalidade dos três níveis de ensino, é reduzida a
utilização de uma emissão directa de televisão para fins pedagógicos. Dos
349 professores inquiridos, apenas 2 (0,57%) indicaram utilizar «Muitas Vezes»
emissões de televisão, 58 (16,62%) «Algumas Vezes» e 81 (23,21%) «Raras
Vezes». Considerando apenas as frequências MV e AV relativamente aos três níveis
de ensino, a maior frequência de utilização corresponde ao nível Secundário,
com um valor percentual reduzido (19,1%) e aos professores profissionalizados do
mesmo nível (20,5%).
Quadro 28: Total das percentagens MV + AV
relativamente às emissões de televisão. Tendo em conta as áreas disciplinares, os maiores valores percentuais
relativamente às frequências MV + AV verificam-se nas áreas das «Línguas»
(23,7%) e das «Ciências Sociais e Humanas» (23,3%).
Quadro
29: Comparação entre os dados registados em
1988 por B. Duarte da Silva no distrito de Braga e os registados em 1994 no
distrito de Aveiro.
A reduzida percentagem de utilização das emissões directas de televisão
não é actual. De acordo com os dados fornecidos por António Moderno[7],
relativamente a 1984, as percentagens são também bastante reduzidas. De acordo
com o quadro 23, p. 278, relativamente ao ensino preparatório, apenas 26
professores (7,6%) de um total de 340 inquiridos indicaram a utilização
directa, enquanto 178 (52,3%) manifestaram uma preferência pela «gravação
magnetoscópica». E relativamente ao ensino secundário, de 260 inquiridos, 49
indicaram a emissão directa (18,8%) e 140 (40%) a «gravação magnetoscópica».
Comparando as três épocas referidas, os valores percentuais parecem indicar um
decréscimo no recurso à utilização de emissões directas de televisão. Figura
10: Distribuição do número de videogravadores por escola no
distrito de Aveiro em 1994/95: total-178; média-2,5 aparelhos por escola. O aparecimento, a partir da década de 1970, de sistemas de gravação em
vídeo mais compactos e, sobretudo, mais acessíveis economicamente, fez entrar
o cinema amador em crise. E se, por um lado, levou à sua completa extinção,
por outro, teve a grande vantagem de democratizar o registo e arquivo das
imagens em suportes práticos e económicos, permitindo que, a nível do ensino,
o cinema, pouco ou nada utilizado, passasse a ser substituído com vantagem
pelas gravações em vídeo. Os diferentes sistemas surgidos e a concorrência
desenfreada ao primeiro lugar no mercado de vendas baixaram significativamente o
preço dos videogravadores, permitindo que, com algumas dezenas de conto as
escolas pudessem começar a adquirir aparelhos de vídeo e a criar salas
adequadas, dotadas com televisor, para utilização de um novo recurso
educativo. A consulta do quadro 5, apresentado no início do capítulo, permite-nos
verificar que o videogravador é um dos recursos existentes a 100% nas escolas
do distrito de Aveiro, perfazendo um total de 178 aparelhos no sistema VHS. Além
deste sistema, verificamos pela análise do mesmo quadro que algumas escolas
possuem também aparelhos do sistema Beta, embora o seu número total esteja
reduzido a 10, em virtude da quase extinção deste sistema.
Quadro 30: Total das percentagens MV + AV
relativamente ao videogravador.
Considerando apenas o sistema VHS, o único actualmente utilizado pela
grande maioria dos docentes, o quadro 6 permite-nos verificar que nas escolas do
distrito de Aveiro existe 1 videogravador para 11 a 13 salas de aula, para 328 a
432 alunos e para 29 a 35 professores, o que constitui um valor de ratio
claramente insuficiente, obrigando a uma utilização racional deste recurso na
maioria das escolas. A análise do mapa 6 permite-nos verificar que o número de
videogravadores varia bastante de escola para escola, em qualquer dos níveis de
ensino. Considerando apenas o sistema VHS e deixando de lado os anteriores
sistemas, o número de aparelhos por escola, como documenta o gráfico da figura
10, varia de 1 para 8[8],
sendo as escolas de nível secundário as que se encontram melhor apetrechadas.
Enquanto nas escolas EB2 e EB23 a predominância é de um aparelho por escola,
no nível Secundário é de dois aparelhos. A maior frequência de utilização deste recurso verifica-se no nível
secundário, sendo a percentagem das frequências MV+AV, na totalidade dos níveis
de ensino, de 48,7%. Os maiores valores percentuais da frequência de utilização do
videogravador correspondem aos professores profissionalizados, verificando-se
uma diferença percentual de 29,6% entre profissionalizados e não
profissionalizados bastante significativa. Igualmente maior é a frequência de
utilização relativamente aos professores que declararam ter recebido formação
audiovisual, embora a diferença seja menor que a anterior, situando-se nos
11,7%.
Quadro
31: Respostas obtidas relativamente à formação
recebida sobre tecnologia do vídeo [item 8b) do inquérito aos docentes]. Figura
11: Utilização de gravações em vídeo nas diferentes áreas
disciplinares, tendo em conta as frequências MV+AV.
Relativamente ao ponto 8 do inquérito aos docentes, estes foram
inquiridos sobre dois aspectos distintos mas inter-relacionados: 1.-realização/montagem
de programas em vídeo; 2.-utilização/exploração didáctica de programas em
vídeo. A observação do quadro 31 permite constatar que a percentagem de formação
recebida pelos docentes nesta área é bastante reduzida. Se, relativamente à
realização/montagem de programas em vídeo a reduzida percentagem de 13,8% é
um valor facilmente aceite e justificável, uma vez que a realização e
montagem de vídeos didácticos exige condições materiais praticamente
inexistentes nas escolas, bem como formação específica e motivação e
disponibilidade por parte dos docentes, a reduzida percentagem de 27,5% relativa
à utilização e exploração didáctica de programas em vídeo poderá
eventualmente indiciar diferentes problemas, cuja enumeração e análise não
cabem aqui abordar. No entanto, não se pode passar sem chamar a atenção para
a discrepância obtida entre os valores percentuais dos pontos 7 e 8 do inquérito
aos docentes, respectivamente de 55,9% para a resposta ao item «Formação
recebida sobre meios audiovisuais/tecnologia educativa» e de 27,5% para a
resposta à questão «Utilização/exploração didáctica de programas em vídeo». Tendo em conta a utilização de gravações em vídeo nas diferentes áreas
disciplinares (vd. quadro 30 e gráfico da figura 11), os maiores valores
percentuais das frequências MV+AV verificam-se, na totalidade dos níveis de
ensino, nas áreas das «Ciências Sociais e Humanas» e das «Línguas». A análise dos inquéritos preenchidos pelos docentes dá-nos a seguinte
distribuição, por ordem decrescente das frequências AV+MV, de utilização do
videogravador nas diferentes disciplinas: Português (18+2=20); História
(13+5=18); Francês e Inglês (10+3=13); Ciências da Natureza (10+1=11); Educação
Física (8+3=11); Biologia (8+2=10); Geografia (6+2=8); Educação Tecnológica
(7+1=8); Físico-Química (8+0=8); Filosofia (5+2=7); Alemão (4+2=6); Educação
Moral ... (3+2=5); Educação Musical (4+1=5); Educação Visual (5+0=5).
Quadro
32: Frequência de utilização do videoprojector pelos docentes
do distrito de Aveiro, em 1994/95. Relacionado com os sistemas de televisão e de videogravação estão os
aparelhos conhecidos por «projectores de vídeo» ou
«videoprojectores». Surgidos os primeiros aparelhos nos finais da década de 1960 para
permitirem a projecção de programas de televisão ou de uma fonte de vídeo
sobre um ecrã, como sucedâneo do cinema, eram aparelhos de grandes dimensões
e economicamente muito pouco acessíveis. Actualmente, graças ao
desenvolvimento da moderna tecnologia, que inventou os sistemas de cristais líquidos,
os projectores de vídeo conheceram uma substancial redução de tamanho e de
peso, havendo mesmo, actualmente, aparelhos que são pouco maiores e pouco mais
pesados que um livro vulgar. No
entanto, se tamanho e peso sofreram tão elevada redução, o mesmo não poderá
dizer-se em relação ao preço, de tal modo elevado que os torna praticamente
inacessíveis à maioria dos estabelecimentos de ensino e desconhecido de 7,45%
dos docentes. Tal como pudemos verificar in loco (vd. mapa 8 e quadros 5 e 6),
apenas 3 escolas (4,1%) do distrito de Aveiro possuem um aparelho de
videoprojecção. Dos 349 professores inquiridos, muito embora não existindo este tipo de
aparelho nas escolas onde os inquéritos foram efectuados, 5 declararam utilizá-lo
«Muitas Vezes» (1,43%), 34 «Algumas Vezes» (9,74%), 41 «Raras Vezes»
(11,75%). Declararam nunca tê-lo utilizado 243 professores (69,63%) e 26
indicaram não conhecer este tipo de aparelho (7,45%).
Quadro
33: Quadro síntese do inquérito directo relativo ao projector de
vídeo. (1)-Não conseguimos que nos fosse facultada a observação directa. Relativamente aos projectores de vídeo existentes nas três escolas do
distrito de Aveiro, dois são de marca bastante recente. Um deles, da marca Sony
e recentemente adquirido é estereofónico; o outro, da marca Seleco e fixado ao
tecto do anfiteatro é, segundo as indicações que registámos do catálogo,
superdigital e com som estereofónico. De acordo com as informações fornecidas
pelos professores responsáveis, o grau de utilização em duas das escolas é
elevado e reduzido na outra. Nas duas escolas de utilização elevada, o
videoprojector é essencialmente utilizado para a projecção de programas didácticos,
documentários e filmes em vídeo, sendo utilizados exclusivamente pelos
professores, quer como complemento/reforço das aulas, quer em actividades da
Área-Escola. (Vd. quadro 33 com a síntese do inquérito directo). Em relação ao videoprojector omitimos o quadro de síntese das frequências
de utilização MV+AV, em virtude de não existir projector de vídeo em nenhuma
das escolas onde foi efectuado o inquérito aos docentes. Figura
12: Repartição
das câmaras de vídeo nas escolas do distrito de Aveiro que responderam ao inquérito
(1994/95).
Outro aparelho que se tornou relativamente acessível e que vem completar
um conjunto de vídeo é a câmara de
vídeo, também correntemente conhecida
pela palavra inglesa camcorder [<cam(ara)+(re)corder]. De
acordo com os dados recolhidos no inquérito aos conselhos directivos e
posteriormente confirmado por nós (vd. quadros 5 e 6 e mapa 6), a percentagem
de escolas dotadas com câmara de vídeo situa-se nos 75%, para as escolas do
segundo ciclo, nos 89,6% para as do segundo e terceiro ciclo (EB23) e 83,3% para
as secundárias, valores que estão próximos dos 100%. Significa isto que
apenas 11 das 71 escolas que responderam ao inquérito (15,5%) ainda não
possuem câmara de vídeo. A análise do mapa 6 mostra-nos também que na
totalidade das 71 escolas existem 70 câmaras, o que quer dizer que a repartição
do número de câmaras pelos estabelecimentos de ensino não é uniforme: 11
escolas não possuem câmara de vídeo; 50 possuem uma câmara; 10 possuem duas. De acordo com o quadro 6, existe nas escolas do distrito de Aveiro uma câmara
de vídeo para 25 a 32 salas de aula, 709 a 1284 alunos e 67 a 102 professores.
Se uma câmara de vídeo fosse um recurso de utilização frequente, o valor de ratio
seria altamente insuficiente. Todavia, como esta é apenas utilizada em
determinadas situações e com reduzida frequência, apesar da sua utilização
poder ser altamente pedagógica se devidamente aproveitada, cremos que deveria
haver, pelo menos, uma dotação oficial de uma câmara de vídeo por
estabelecimento de ensino.
Quadro 34: Total das percentagens MV + AV
relativamente à utilização da câmara de vídeo pelos docentes. A análise dos mapas 9 a 12, bem como do quadro 34, mostra-nos que as
frequências MV+AV de utilização da câmara de vídeo apresentam valores
percentuais muito reduzidos, indiciando uma reduzida sensibilidade dos docentes
para as potencialidades pedagógicas deste recurso audiovisual. Os maiores
valores percentuais que se obtêm da soma das frequências MV+AV verificam-se
nas áreas das «Ciências Sociais e Humanas» e da «Expressão». E o maior
valor percentual verifica-se entre os professores não profissionalizados, no nível
secundário. A leitura dos dados estatísticos mostra-nos que as maiores frequências
AV e MV (ainda que reduzidas) se verificam nas seguintes disciplinas: História
(4+1=5); Educação Física (3+1=4); Inglês (2+1=3); Alemão, Educação
Visual, Físico-Química, Geografia e Educação Musical (3+0=3). Dos 349 inquéritos preenchidos pelos docentes, indicaram utilizar a câmara de vídeo «Muitas Vezes» 4 professores (1,14%), «Algumas Vezes» 36 professores (10,31%), «Raras Vezes» 70 professores (20,05%). Os restantes 239 (68,48%) «Nunca Utilizaram» uma câmara de vídeo, havendo mesmo dois professores que indicaram desconhecer o que era. [1]
- Um dos primeiros sistemas de projecção de imagens animadas inventado
pelo homem terá sido, em tempos remotos, o teatro de sombras, que constitui
um sistema rudimentar de projecção que apenas necessita de uma fonte de
luz, figuras opacas e um ecrã sobre o qual são projectadas as sombras com
as silhuetas das figuras. [3]
- Transcrevemos as palavras do professor responsável pelo material
audiovisual: «Utilizamos o projector de cinema com filmes de tipo
documentário sobre história dos países, recursos económicos, turísticos,
etc. Filmes também de carácter técnico. Embora raramente, são feitas
projecções numa média de 3 vezes por ano.» [4]
- A título informativo, apresentamos algumas das marcas de projectores que
pudemos observar, na sua grande maioria em estado operacional: OKUSHIN
(sonoro); BAUER mod P6T5 (sonoro de 16 mm); ELMO mod. SC-18 (sonoro magnético
novo); EUMIG; IKI (16 mm, som óptico e magnético, quase novo); COPAL mod
422 (sonoro, novo ainda por usar); CHINON Auto-300 (novo, por usar); BELL
HOWELL (inoperacional); etc. [7]
- Transcrevemos de A. Moderno, op. cit., p. 278, os valores registados no
quadro relativamente à «atitude perante o uso da televisão»: Ensino
Preparatório: Emissão directa: 26 - 7,6%; Gravação magnetoscópica:
178 - 53,3%; indiferent.: 69 - 20,3%; Sem resposta: 67 - 19,7%; Total: 340
inquiridos; Ensino Secundário:
Emissão directa: 49 - 18,8%; Gravação magnetoscópica: 104 - 40%;
Indiferent.: 81 - 31,1%; Sem resposta: 26 - 10%; Total: 260 (inquiridos). Imediatamente a seguir, é apresentado um quadro com as razões das
preferências dos docentes pelas gravações em vídeo, em detrimento das
emissões directas, tais como a maior facilidade de utilização, a maior
disponibilidade, a utilização no momento mais apropriado da lição e a
possibilidade de repetir e de seleccionar as gravações. |
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||