A Recuperação da fragata "D. Fernando II e Glória", in: "Revista da Armada", n.º 305 e 306, Jan. e Fev. 1998.


5. O APRESTAMENTO DO NAVIO NO ARSENAL DO ALFEITE
REVISTA DA ARMADA”, n.º 306, Fevereiro 1998, págs. 18-19.

     
 

Em doca no arsenal do Alfeite no dia 9 de Julho de 1997.

 

O mastro-real do grande inicia a descida a bordo no dia 24 de Julho de 1997.

 

A Fragata "D. Fernando II e Glória" chegou ao Tejo a reboque, vinda do estaleiro Ria-Marine em Aveiro, em 4 de Maio do ano passado, e seguiu para o cais do Arsenal do Alfeite. A partir de meados de Março de 1997, começaram-se a apresentar no Arsenal os primeiros elementos da equipa da Marinha, cuja lista apresentamos em separado, que chefiados pelo CTEN SEB RES Gonçalves da Eira, como coordenador de todo o aparelho do navio iriam começar a sua tarefa. Entre Abril e Maio de 1997 procedeu-se à instalação e montagem de uma oficina específica para o aparelho da Fragata, equipada com todo o material necessário para proceder aos trabalhos de massame e poleame do navio. A oficina dispõe no exterior de um cabrestante eléctrico, de uma poita para fixação dos cabos a desbolinar, e no interior dos meios próprios de apoio e ferramentaria para os trabalhos de arte de marinheiro que se iniciaram a 23 de Junho de 1997. A Fragata entrou na doca seca do Arsenal em 7 de Julho e no dia 24 desse mês já se procedia à montagem a bordo dos mastros reais: grande e gata. Os trabalhos decorriam em bom ritmo e a 10 de Setembro já estavam montados a bordo os outros dois mastros reais: traquetel e gurupés. Durante o período em doca seca realizaram-se a bordo múltiplos trabalhos de construção naval dos quais sobressai a colocação do forro em cobre das obras vivas, tal como na versão original da Fragata. Em 15 de Setembro o navio saiu da doca seca do AA e já atracado, em meados de Outubro, começou a colocação e montagem a bordo dos mastaréus: velacho, gávea e gata. Durante o mês de Novembro foram montados a bordo os paus da bujarrona, da giba e o pica-peixe. No início de Dezembro foi colocada a rede cevadeira e a partir de meados desse mês procedeu-se à colocação e montagem a bordo dos mastaréus do joanete/proa, joanete/grande e sobre-gata. A 22 e 23 de Dezembro realizou-se a montagem das vergas: dos papa-figos (grande e traquete). Pelas dimensões e pesos dos materiais envolvidos — cuja lista se apresenta em destaque — poderão os leitores aperceber-se da grandiosidade e perigosidade da execução de todos estes trabalhos, da complexidade e meticulosidade da colocação e montagem da mastreação, os quais foram levados a bom termo pelo empenhamento e elevada qualidade, competência e brio profissional das equipas de Marinha e do Arsenal envolvidas neste apetrechamento que se pretendeu ser a cópia exacta do veleiro do século XIX. Para / pág. 19 / termos uma ideia destes trabalhos de preparação dos planos e da execução do aprestamento do navio publicamos em detalhe duas entrevistas com intervenientes dessas fases: o desenhador-projectista do Arsenal, Sr. Agostinho Vaz e o SAJ M RES José Manuel Bernardo, chefe da equipa que se ocupa do aprestamento.


Mastro da fragata colocado e montagem do gurupés em Setembro de 1997.

Quadro com a relação do pessoal do grupo de trabalho de aprestamento.

 

 

Página anteriorPágina inicialPágina seguinte