Ficções

 

 

Plágio descarado,

Mas rimado

 

Viajava de avião,

Para o Funchal,

Um bom crente do Islão

Fundamental.

Um cristão, mais que vulgar,

Só baptizado,

Ocupava o lugar,

Bem ao seu lado.

 

Quando à hora de jantar,

A hospedeira

Chegou para perguntar,

Com voz fagueira,

O que iriam beber,

À refeição,

O primeiro a responder

Foi o cristão.

"Para mim um Borbazita,

Bem chambreado".

O árabe deu um grito,

Apavorado.

"Eu cá não bebo álcool,

Pois é pecado!

Não quero ser conspurcado

Com o tintol.

Prefiro ser violado

Por dez garotas,

A beber, mesmo forçado,

Só duas gotas!"

 

"Eu não sabia que havia",

Disse o cristão,

"Uma boa companhia,

Como... opção!

Sendo assim traga as garotas,

Bastam só duas,

Desde que sejam marotas,

Quero-as nuas!

Eu sei que vou prós infernos,

Ó que porreiro!

Vou passar todos os invernos,

Junto ao braseiro!

Há maganas pra transar,

Basta um olhar,

E compadres pra falar

Ou prá bejeca

E, ainda, pra jogar

Uma sueca!

Mas se der pra chatear,

Mas ó que seca!

Vou dormir, a ressonar,

Uma soneca!".

 

Assim pensou o descrente,

Depravado,

No que sonha muita gente,

Em muito lado.

 

Pois se fosse para o céu,

Pra lá ficar,

Seria infeliz eu,

Por não pecar.

 

A Conclusão desta estória:

É imoral,

Não ficará na História

De Portugal.

              22.11.2013