O Cosmódromo

 

Há quem viva como o vento,

Trocando terra e país,

Sem parar nem um momento,

E sem lá criar raiz.

 

Eu, porém, sou diferente,

Sempre vivi em Aveiro,

Um dia, é evidente,

Quero morrer ceboleiro.

 

Assim, peço ao Presidente

Que construa o Crematório,

Pois eu quero estar presente,

Na fogueira, pós velório.

 

Mas queria ser cremado

Na minha terra natal,

Meu Cosmódromo privado,

Para a viagem final.


22 de Julho de 2020

Diamantino Dias

 

23-07-2020