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Esguio e pardo, sigo na noite
Que
acolhe sem medos qualquer ténue alma;
Perdido
no espaço, tão cheio e vazio,
Aguardo
ao relento, pleno de frio,
A
musa inspirada, recinto de calma;
Assim,
eis que o tempo tão lesto se esgota
Na
pura utopia de alguma presença;
Perdido
no bosque da fauna infinita,
Aguardo,
isolado, mais uma desdita
Na
forma catártica de outra doença.
Que
fado estranho, que triste ideal
Integrado
no corpo presente e eterno:
Perdido,
não temo a garantida morte,
Aguardando-a
antes como o faria à sorte
Se
esta existisse no devasso inferno.
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