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Exposição Anual de AVEIROARTE 2006 - Galeria Morgados da Pedricosa - Aveiro


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"O homem tinha tomado conta de mim a uma hora da tarde e deixou-me exactamente duas horas depois.

Quando me deixou eu estava longe de mim e longe de tudo.

Resolvi sair da aldeia e avançar pelo campo. Tomei uma estrada poeirenta onde passava de vez em quando um carro. Então chorei como uma criança... Taliesin não me saía (nem me sairá) dos olhos; até a cor do pó da estrada me lembrava Taliesin. Avancei não sei até onde. Não podia pensar concretamente. Qualquer coisa se apoderara de mim. Sentei-me algures. Descansei. Tinha razão o poeta: "olhos que nunca se molham, nada vêem quando olham". Naquelas duas horas eu tinha sofrido, estou certo, um dos maiores choques, talvez o maior, da minha vida de arquitecto.

Taliesin é, mais do que um edifício, uma paisagem. /.../ Eu compreendo Writh e o seu chapéu, compreendi as suas formas e o seu amor à terra, o seu pensamento e o sentido das suas coisas..."

Fernando Távora, 1960

 

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