Ora voando no
sonho, ora mergulhando na lenda, saltando da ficção à terra
marcada por vestígios e pegadas de vidas que correm no rodar do
tempo, através do desconhecido e da aventura, seguiremos, agora
puxados, logo empurrados, depois correndo em curiosidade, desde a
primeira metade do século vinte até ao seu último quartel.
Quiçá por
vontade dos Anjos, rodando no tempo que não pára, com o homem que
nunca deixará de nos surpreender com suas atitudes, percorrendo
veredas, rasgando caminhos, desvendando segredos, revivendo
momentos, recreando e inventando destinos, seguiremos pistas que
nos levarão às memórias que são raízes dum povo, situadas entre o
imaginário e a realidade.
Visitando vidas
suspensas entre o céu e a terra, local onde os anjos coabitam com
os homens e se cruzam os seus desígnios. Deparar-nos-emos com
forças, factos, vontades e ocorrências.
Por mais fértil
que seja a nossa imaginação e mais elevado o nosso pensamento,
quedar-nos-emos perplexos entre a fronteira do real e o que
poderíamos encontrar para além... do
além; entre a causa, o acto e a sua consequência, o passado, o
presente e o futuro.
E se um povo
sem memórias se pode comparar a uma árvore sem raízes, um conto
poderá ser alimento que vindo das profundezas da terra e do tempo
se transforma em seiva fortificante que alimenta fantasias e
revitaliza laços que ligam gerações.
De memórias do
tempo, feitas seiva, das raízes à copa, aqui, largos ramos da
lenda se desdobrarão em desígnios insondáveis do imaginário ao
real, no romper da alvorada, no decorrer de uma tarde tórrida, ou
em densa noite tenebrosa.
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