Aida Viegas, No Rodar dos Tempos, 1ª ed., Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, 2005, 186 pp., ISBN ISBN 72-8675-04-6

Prefácio

Ora voando no sonho, ora mergulhando na lenda, saltando da ficção à terra marcada por vestígios e pegadas de vidas que correm no rodar do tempo, através do desconhecido e da aventura, seguiremos, agora puxados, logo empurrados, depois correndo em curiosidade, desde a primeira metade do século vinte até ao seu último quartel.

Quiçá por vontade dos Anjos, rodando no tempo que não pára, com o homem que nunca deixará de nos surpreender com suas atitudes, percorrendo veredas, rasgando caminhos, desvendando segredos, revivendo momentos, recreando e inventando destinos, seguiremos pistas que nos levarão às memórias que são raízes dum povo, situadas entre o imaginário e a realidade.

Visitando vidas suspensas entre o céu e a terra, local onde os anjos coabitam com os homens e se cruzam os seus desígnios. Deparar-nos-emos com forças, factos, vontades e ocorrências.

Por mais fértil que seja a nossa imaginação e mais elevado o nosso pensamento, quedar-nos-emos perplexos entre a fronteira do real e o que poderíamos encontrar para além... do além; entre a causa, o acto e a sua consequência, o passado, o presente e o futuro.

E se um povo sem memórias se pode comparar a uma árvore sem raízes, um conto poderá ser alimento que vindo das profundezas da terra e do tempo se transforma em seiva fortificante que alimenta fantasias e revitaliza laços que ligam gerações.

De memórias do tempo, feitas seiva, das raízes à copa, aqui, largos ramos da lenda se desdobrarão em desígnios insondáveis do imaginário ao real, no romper da alvorada, no decorrer de uma tarde tórrida, ou em densa noite tenebrosa.


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