Dia Mundial da Bengala Branca  (1/3)

Hoje, é uma imagem que já não surpreende quase ninguém, a de um cego caminhando pela rua, de bengala branca na mão que, num movimento pendular para um lado e para o outro, de forma contínua e mais ou menos ritmada, vai permitindo “tactear” o chão, detectar obstáculos e encontrar pontos de referência úteis para a sua orientação e locomoção. Desta forma, as pessoas cegas deslocam-se autonomamente pela rua, usam os transportes públicos, fazem a sua vida quotidiana, dirigem-se ao seu emprego e, tudo isto, com naturalidade para si e para os outros.

Mas, nem sempre foi assim e, a nossa história está bem recheada de exemplos de clara marginalização das pessoas com deficiência que, ao longo dos tempos, foram conquistando, a pulso, o respeito, a dignidade e o direito a realizarem os seus sonhos e a participar na sociedade de que fazem parte.

A naturalidade com que hoje se olha para uma bengala, na rua, servindo de ajuda para um cego, quase nos faz pensar que sempre foi assim. Na verdade, desde há muito tempo que os cegos se socorriam de pequenas “bengalas” ou de algum objecto do quotidiano que pudesse auxiliá-los, ao menos a detectar os obstáculos dos quais deveriam livrar-se. Aliás, ainda hoje podemos observar em algumas regiões mais isoladas, como as pessoas idosas a perderem visão se socorrem de objectos como um guarda-chuva, para “tactearem” o chão e evitarem obstáculos.


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