1 - Num cenário primitivo... a vida
aconteceu
Os primeiros seres vivos na Terra
Apesar dos seus 4600 milhões de anos de
existência, só foram descobertos vestígios da actividade de seres vivos
com 3500 milhões de anos de idade. Conhecem-se estruturas sedimentares,
denominadas estromatólitos, com aquela idade. Actualmente, ainda se
formam, na costa ocidental australiana.
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Estromatólitos fósseis
em rochas precâmbricas. |
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Estromatólitos actuais
na Shark Bay, na Austrália. |
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Os estromatólitos são construídos pelas
cianobactérias, devido à sua actividade fotos sintética e aglomeração de
sedimentos em camadas concêntricas.
Os organismos mais antigos eram unicelulares, muito simples,
correspondentes a bactérias que viviam sem oxigénio. Mas, há cerca de
2500 milhões de anos, as cianobactérias tornaram-se capazes de libertar
oxigénio, provocando uma transformação radical no meio ambiente e nas
condições de vida anteriormente existentes.
2 - A vida evoluiu
Foram descobertas impressões de animais invertebrados, em Ediacara, na
Austrália, em rochas com cerca de 670 milhões de anos, vulgarmente
conhecidas como a fauna de Ediacara.
A vida nos oceanos, durante a Era
Paleozóica
O grande acontecimento desta Era foi o aparecimento e desenvolvimento,
durante o Câmbrico, dos principais grupos de Invertebrados: Esponjiários,
Moluscos, Artrópodes, Equinodermes, Coraliários, Braquiópodes,
Graptólitos...
As Trilobites, animais marinhos com o corpo dividido em três lobos,
viveram só durante o Paleozóico, sendo por isso fósseis característicos
dessa Era.
Outro grupo, o dos Nautilóides, que ainda hoje tem um representante – o
Nautilus – expandiu-se sobretudo a partir do Ordovícico.
Também apareceram neste período os primeiros Vertebrados: os Agnatas,
animais pisciformes, sem mandíbulas, aparentados com as actuais
lampreias.
Os peixes desenvolvem-se a partir do Devónico.
A ocupação da terra firme
Desde o final do Devónico que nas terras emersas se desenvolvia uma
flora variada, onde as Gimnospérmicas primitivas se associavam a fetos
arbóreos e diversas plantas herbáceas.
Certos animais deixam a vida aquática, surgindo, no Carbónico, as
primeiras faunas terrestres: Insectos, Gasterópodes, Anfíbios e, mais
tarde, os Répteis.
Os seres vivos da Era Mesozóica
Enquanto alguns dos grupos existentes se extinguiam, outros atingiam,
nesta Era, o seu apogeu.
Nos mares, sobretudo nos períodos Jurássico e
Cretácico, são particularmente abundantes os foraminíferos e as
diatomáceas, organismos unicelulares que deram origem a rochas
sedimentares como o cré e o diatomito.
Também os Cefalópodes, especialmente as Amonites e
Belemnites proliferavam nos meios aquáticos de então.
A Era Mesozóica é conhecida como a "Era dos Répteis", devido à grande
expansão e diversificação deste grupo. Desde as tartarugas terrestres,
anfíbias ou marinhas, e crocodilos, até ao grupo dos dinossauros, do qual
fazem parte vegetarianos gigantes (Diplodocus, Apatosaurus e
Brachiosaurus), carnívoros temíveis como o Tyrannosaurus rex
e o Deinonychus, monstros couraçados (Stegosaurus, Triceratops),
além de muitos outros, a variedade de seres vivos é elevada.
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Fóssil de
archeopterix encontrado em calcários jurássicos na Alemanha. |
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Há 150 milhões de anos, viveu o Archeopteryx, animal com
características das aves e dos répteis, sendo considerado o primeiro
exemplar de ave conhecido.
Quanto à flora, as Gimnospérmicas adquirem grande importância e, no
Cretácico, aparecem as primeiras plantas com flor, designadas Angiospérmicas.
Era Cenozóica, antes do aparecimento do Homem
Durante o período Terciário, verifica-se um grande desenvolvimento das
Aves e a explosão evolutiva dos Mamíferos, embora este último grupo já
existisse no Mesozóico, representado por animais de pequenas dimensões
que coabitavam com os dinossauros.
O grande acontecimento desta Era foi, sem dúvida,
o aparecimento dos primeiros Hominídeos, há 4 milhões de anos, em
África, e a sua evolução, conducente à emergência da espécie humana.
3 - ...e, por fim, surgiu o Homem
A mais antiga evidência de bipedia, uma das características dos humanos,
é um conjunto de pegadas datadas com 4,4 milhões de anos.
O Australopithecus foi um hominídeo bípede
que apresentava um cérebro pequeno, não muito diferente do de um
chimpanzé.
A aproximação às dimensões do cérebro humano verifica-se somente com um
novo género, o género Homo, cuja primeira espécie, Homo
habilis, viveu em África entre 2,4 a 1,5 milhões de anos. Estes
humanos primitivos já utilizavam utensílios talhados em sílex.
Evolução do Homem
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Homo habilis esfolando um
pequeno animal, com uma pedra lascada. |
O Homo
erectus caçava animais de maior porte. A utilização do fogo
desempenhou um papel importante nos seus hábitos. |
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Homo sapiens neanderthalensis
foi o primeiro antepassado do homem a sepultar os mortos
utilizando um ritual. |
Há 20.000
anos, grupos de caçadores viviam em tendas feitas de peles de
animais estendidas sobre uma estrutura de madeira e presas de
mamute. Os ossos deste animal conservavam a cobertura esticada e
fixavam a tenda ao solo. |
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O trigo
e a cevada, ceifados com foices de sílex, foram as culturas dos
primeiros agricultores. |
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Mineiros da Idade da pedra extraem
sílex de um poço com10 metros de profundidade. Para arrancarem o
sílex de melhor qualidade, utilizavam picaretas cujos cabos eram
hastes de veado. |
Um ferreiro primitivo verte
bronze fundido para um molde, enquanto o seu ajudante acciona um
fole com os pés. |
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Uma nova espécie, Homo erectus, surgiu há
cerca de 1,9 milhões de anos. Estes homens formavam colónias
temporárias, tinham uma estrutura tribal elementar, conheciam o uso do
fogo para cozinhar e fabricavam utensílios e armas de pedra e osso.
Os verdadeiros homens modernos, Homo sapiens, devem ter surgido
há 400.000 anos atrás. O Homo sapiens expandiu-se para o Médio
Oriente e Europa há 90.000 anos.
Na Europa, desenvolveu-se o Homo sapiens
neanderthalensis, adaptado à vida no gelo e com uma cultura avançada
que incluía a caça em grupo, a preparação de vestuário de pele de
animais e crenças religiosas.
Os neandertais desapareceram à medida que os gelos
se retiraram para Norte.
Homens mais modernos
avançaram através da Europa para o resto do mundo. Estes homens
fabricavam instrumentos mais sofisticados e desenvolveram a arte e a
religião.
O modo de vida nómada começou a abrir o caminho
para a formação de povoados e para a agricultura há cerca de 10.000
anos.
O desenvolvimento da agricultura foi acompanhado
pelo fabrico de ferramentas novas e mais resistentes, desde que foi
descoberto o uso dos metais, há 6.000 anos.
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Já imaginou como seria a região de
Aveiro, há cerca de 65 milhões de anos?
Vamos dar uma ajuda: |
Quando as rochas sedimentares e o
seu conteúdo fossilífero são característicos de determinados ambientes,
é possível reconstituir paisagens antigas.
Na formação geológica do Cretácico Superior da
região da cidade de Aveiro, denominada «Arenitos e Argilas de Aveiro»,
encontraram-se fósseis de gasterópodes, bivalves, escamas de peixes,
restos de dinossauros, crocodilos e carapaças de tartarugas, etc.
Foram colhidas três carapaças completas de
tartaruga de um novo género e espécie (Carrington da Costa,
1940), uma em Agras e as
outras duas, juntamente com numerosos fragmentos, no barreiro da
quinta do Vilar. O nome da espécie, Rosasia soutoi, foi-lhe atribuído em
homenagem ao Dr. Alberto Souto pela sua dedicação à Geologia e pelos
estudos por ele publicados. |
ROSASIA SOUTOI
nov. gen. sp. Aveiro (Agras) |
Através dos dados litológicos e paleontológicos da
formação da região aveirense podemos afirmar que há muito, muito tempo,
existia aqui uma grande laguna, onde viviam moluscos, peixes,
tartarugas, crocodilos, etc., em torno da qual passeavam dinossauros e
cresciam plantas, cujos restos fósseis se encontram alguns leitos
argilosos.
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Reconstituição do que
poderá ter sido a região aveirense há cerca de 65 milhões de anos. |
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