Pensamos na morte…
Em todos os momentos
Da nossa existência
Individual
E colectiva
Mesmo
Que o façamos
Inconscientemente…
Receamos a morte
A única certeza absoluta
De que dispomos…
Inevitável…
Irreversível…
A morte…
Pois
A morte…
Esse outro lado da vida
Que não está iluminado
Voltado
Virado
Para nós…
O que tememos?
Aquilo que ignoramos?
A morte é lenta
Lenta
Até chegar
O derradeiro momento
O final
Do seu incontornável
Aparecimento
A morte…
O que é a morte?
A separação da alma e do corpo?
Uma passagem para um outro
estado?
A passagem para uma outra vida?
A entrada num estado de graça
Pleno
Purificado?
Um horror?
Um Inverno?
Um Nada?
A morte…
Que a todos
Um dia
Bate à porta
Sem aviso prévio
Sem aviso de recepção…
Não somos Sócrates…
Não abraçamos a Morte
Como um bem supremo
A morte do outro
De nós mesmos
Sempre esperada…
Sempre adiada…
Sempre presente…
Sempre ausente…
Uma figura do destino
Implacável
Que conduz todas as coisas
Ao seu próprio fim…
Um estado outro…
Que nem ousamos imaginar…
Apavora…
Atormenta…
A morte…
Sempre está aí
Numa presença
Ausente
Que não queremos presentificar
Isabel Rosete
16/06/07
(6.50h) |