Não sei viver
Sem sonhar
Sem o prazer
Imenso
De uma terrível
Ou doce ilusão
Sair
Evadir-me…
É uma necessidade
Cada vez mais
Imperiosa
Preciso viver outros mundos
Outros espaços
Outras gentes
Outras realidades
Outros universos
Outros planetas
Outros…
Como se a realidade
Presente
Esta em que vivo
Se esgotasse
Num instante
Ficasse vazia
Sem essência,
Sem nada
O Mundo é
Tão grande
E tão pequeno
Ao mesmo tempo…
Esmaga-me
Transporta-me
Para outros lugares
Reais
Ou imaginários
Preenche-me
E torna-me vazia
Num paradoxo infinito
De um jogo de forças contrárias
Em atracção
E exclusão
Permanentes…
Tudo morre
Tudo nasce
Tudo se transforma
Nada permanece…
Nada permanece…
A perpétua mudança
Instaura-se
Num equilíbrio indelével…
E o Ser está aí
Permanecente
Em cada alvorecer
Em cada desfloramento
Ocultando-se
De todas as coisas…
Desvelando-se
Em todas as coisas…
Isabel Rosete
06/08/07 |