Apolo toca a sua lira
Faz brotar o sonho
A ilusão
A medida
A aparência
O brilho
A forma….
Dionísio solta a embriaguez
O delírio
O êxtase
O instinto
A força selvagem das entranhas da
Terra
Num único e majestoso canto
De celebração
Sem o comércio das palavras
Incapazes de dizer o indizível…
Resta o inefável
O enigma
O mistério,
O ante-cantar
Que as almas
Dignifica…
Os sons
Vão e vêm
Se apossam
De todo o ente carente
À espera do sossego musical
Da magia inebriante da música
A arte das Musas
Que tudo atinge
Que tudo penetra
Até os tenebrosos rochedos
Do Cáucaso
Onde permaneceu Prometeu
Agrilhoado
O prudente
O previdente…
Aos homens
O fogo doou
Como sinal do seu amor
Qual espécie errante
Nasceu
Bicéfala
Capaz das maiores proezas
E das maiores atrocidades…
Isabel Rosete
31/05/ 20007
(7h.20m) |