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Se eu fosse uma mosca

 

Se eu fosse uma mosca, voaria tão alto que quase alcançaria as nuvens douradas pelo reflexo brilhante do pôr do sol ou, pelo contrário, voaria rente às plantas silvestres, a tocar com as patas no reflexo azul da imensidão do mar.

Ao ir para a escola, passaria pelas minhas amigas moscas que diriam, impacientes:

- Vais para alguma festa?

- Ou vais brincar connosco?

E eu faria um olhar enigmático. Depois das aulas, dirigir-me-ia para o Largo Luís das Moscas, onde ficaria a minha casa. Tocaria na campainha com o sobrenome da minha família: Mesconteiro. E lá voaria feliz, nas escadas do prédio. Depois de pousar a mochila no meu quarto, iria comer pequenas substâncias (nomeadamente migalhas), lavando os dentes e lendo, antes de entrar no mais profundo dos sonhos.

De manhã, o despertador tocaria:

- Bzz…bzzz…bzzziii…

E eu, muito estremunhado, carregaria no botão “silêncio”, que acabaria com aquele som irritante.

Depois de muito bocejar, arranjar-me-ia para ir ao A.T.L (Actividades de Tempos Livres), onde me levariam para a escola.

Se eu fosse uma mosca, observaria tudo lá de cima, voaria, voaria, sem rumo certo, nos momentos de ócio. Quando a minha mãe me chamasse para regressar a casa, eu acabaria o passeio para me ir debruçar sobre os livros, na minha secretária antiga.

Acabado o T.P.C., debruçar-me-ia na janela, a observar a cidade Moscazás, com o trânsito parado e com muita poluição. 

Trabalho realizado por:
João  Miguel  Monteiro

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