Embora, hoje em dia, grande parte da produção científica
de todo o Mundo se publique em língua inglesa, o que é
facto é que muitas obras de óptima qualidade, por uma ou
outra razão, não se encontram traduzidas. Além disso,
convém termos presente que, por melhor que seja o
trabalho do tradutor, traduzir implica
necessariamente trair.
Além disso, a realidade de uma determinada comunidade só
poderá ser mais profundamente apreendida, se dominarmos
minimamente a língua falada nessa comunidade. Quando
viajamos pela Europa de lés a lés, podemo-nos realmente
dar conta de que, em determinados países, possuirmos
conhecimentos apenas de Inglês não é suficiente para
podermos interagir em plenitude. Tal facto deve-se a
duas principais ordens de razões: ou porque os nossos
interlocutores não sabem falar essa língua, ou porque se
recusam a exprimir-se em línguas estrangeiras, por uma
questão de patriotismo. O racismo linguístico dos
Flamengos para com os Valões, cuja língua materna é o Francês, uma das três línguas
nacionais da Bélgica, é bem um exemplo disso. Por outro
lado, importa referir que o Inglês, embora seja,
indubitavelmente considerado a língua universal mais
importante da actualidade (e ainda por mais algumas
décadas), como língua materna, e dentro do espaço
europeu, apenas é falada nas Ilhas Britânicas e em
Gibraltar. Nesta colónia inglesa, é falada a par do
Castelhano. Assim sendo, e, devido à enorme mobilidade
que os tempos modernos nos permitem e exigem, por
motivos profissionais ou por lazer, chega-se à conclusão
de que é fundamental aprendermos várias línguas
estrangeiras. Mesmo que não tenhamos muita
disponibilidade para viajar com regularidade, a
Internet dá-nos a possibilidade de ler em múltiplas
e variadas línguas. Assim os nossos conhecimentos
linguísticos o permitam. Com efeito, é importante termos
em consideração que cada língua que não falamos é mais
uma “janela” para o Mundo que encontramos fechada,
vendo-nos impossibilitados de usufruir dos tesouros
culturais que as comunidades que as falam em si
encerram. É completamente diferente passarmos as férias
em Zadar ou em Dubrovnik, sabendo falar Croata ou
sabendo falar apenas Inglês. O nosso enriquecimento será
substancialmente superior. A nossa experiência diz-nos
que, emocionalmente, os nativos se expõem muito mais,
sempre que nos esforçamos em comunicar através da sua
língua. Tal comportamento faz aumentar significativamente a empatia entre os
interlocutores.
No caso da língua alemã,
é inegável que grandes vultos da Humanidade, nas mais
diversas áreas do saber (Filosofia, Música, Física,
Literatura, Linguística, Teatro, Política, Religião,
etc.), tiveram ou têm o Alemão como língua materna.
Porém, também é imperioso reconhecermos que,
infelizmente, houve alguns que perpetraram inúmeros e
hediondos crimes contra a Humanidade, tendo aniquilado
cerca de 65 milhões de vidas humanas e reduzido a
superfície do território alemão em cerca de 25%.
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