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Aperfeiçoamento de Competências Lexicais

por José Carlos Marques

1 - Introdução

 

 

Embora, hoje em dia, grande parte da produção científica de todo o Mundo se publique em língua inglesa, o que é facto é que muitas obras de óptima qualidade, por uma ou outra razão, não se encontram traduzidas. Além disso, convém termos presente que, por melhor que seja o trabalho do tradutor, traduzir implica necessariamente trair.

 

Além disso, a realidade de uma determinada comunidade só poderá ser mais profundamente apreendida, se dominarmos minimamente a língua falada nessa comunidade. Quando viajamos pela Europa de lés a lés, podemo-nos realmente dar conta de que, em determinados países, possuirmos conhecimentos apenas de Inglês não é suficiente para podermos interagir em plenitude. Tal facto deve-se a duas principais ordens de razões: ou porque os nossos interlocutores não sabem falar essa língua, ou porque se recusam a exprimir-se em línguas estrangeiras, por uma questão de patriotismo. O racismo linguístico dos Flamengos para com os Valões, cuja língua materna é o Francês, uma das três línguas nacionais da Bélgica, é bem um exemplo disso. Por outro lado, importa referir que o Inglês, embora seja, indubitavelmente considerado a língua universal mais importante da actualidade (e ainda por mais algumas décadas), como língua materna, e dentro do espaço europeu, apenas é falada nas Ilhas Britânicas e em Gibraltar. Nesta colónia inglesa, é falada a par do Castelhano. Assim sendo, e, devido à enorme mobilidade que os tempos modernos nos permitem e exigem, por motivos profissionais ou por lazer, chega-se à conclusão de que é fundamental aprendermos várias línguas estrangeiras. Mesmo que não tenhamos muita disponibilidade para viajar com regularidade, a Internet dá-nos a possibilidade de ler em múltiplas e variadas línguas. Assim os nossos conhecimentos linguísticos o permitam. Com efeito, é importante termos em consideração que cada língua que não falamos é mais uma “janela” para o Mundo que encontramos fechada, vendo-nos impossibilitados de usufruir dos tesouros culturais que as comunidades que as falam em si encerram. É completamente diferente passarmos as férias em Zadar ou em Dubrovnik, sabendo falar Croata ou sabendo falar apenas Inglês. O nosso enriquecimento será substancialmente superior. A nossa experiência diz-nos que, emocionalmente, os nativos se expõem muito mais, sempre que nos esforçamos em comunicar através da sua língua. Tal comportamento faz aumentar significativamente a empatia entre os interlocutores.

 

No caso da língua alemã, é inegável que grandes vultos da Humanidade, nas mais diversas áreas do saber (Filosofia, Música, Física, Literatura, Linguística, Teatro, Política, Religião, etc.), tiveram ou têm o Alemão como língua materna. Porém, também é imperioso reconhecermos que, infelizmente, houve alguns que perpetraram inúmeros e hediondos crimes contra a Humanidade, tendo aniquilado cerca de 65 milhões de vidas humanas e reduzido a superfície do território alemão em cerca de 25%.