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José Gouveia


Aveiro



O SONHO

 

PRÓLOGO

 

Ele é um jovem camponês, com bons hábitos de leitura.

Ela é uma linda camponesa de pais endinheirados.

O Amor chega e toca-os.

Amigos e vizinhos acham natural! É a opinião dos que estão do lado de fora. Já o mesmo não acontece com os que estão do lado de dentro. Queriam para a filha o que o vulgo chama «um bom partido», conceito eivado de cupidez, vaidade, intolerância.

Assim, à alegria de um amor correspondido, sucede o drama de um amor proibido, fortemente vigiado. Pequeno drama? Claro que sim, comparado com os grandes dramas que milhões de pessoas sofrem. Só eles, no entanto, os que sentem, poderão avaliar a grandeza do seu drama.

Ela interroga-se: Receber a morte como herança, durante a vida, ou desejar a morte a quem só deve amor e a própria vida?...

Resta-lhe esperar e ter esperança... E resistir. A história das relações humanas ensina que vencerá quem mais souber defender e defender-se, quem mais puder resistir.

Ela só pensa na libertação. Ele acorda a coragem que nele vive e decide saltar todas as barreiras que impedem a realização do seu sonho. Decisão que lhe sugere...

 

UMA CAVALGADA

A cavalo, à desfilada
Num alegre cavalgar
Libertei
– oh minha amada –
A alegria de te amar...
Embrenhado na floresta,
A galope nas picadas,
Saltei muros e valadas
Saltei sebes, paliçadas,
A minha alma toda em festa...

E com o meu corcel alado
Enfrentei um alto monte
Donde ao longe, muito longe,
No esplendor do céu estrelado,
Vislumbrei o teu castelo,
Teu palácio encantado...

Ela longe, muito longe,
Na lonjura mergulharam...
E no largo chão amado
A cabana que moldaram
Viu o Sonho celebrado.

                               Outubro de 2005

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