Rita Pinto C. R. Miranda, Poesia, 2002.

                              III

Mais uma vida passou
Sem que me quisesses chamar;
Chuva que no chão se arrastou,
Águas que só tu podes parar.

Os campos do teu sorrir,
Brancos e frios de geada,
Que não entendem o meu pedir;
Que só me querem ver afastada.

Nas grutas negras do teu olhar,
Perco-me sempre que te quero encontrar,
Perco-me sempre por não te acender
Esse fogo estranho chamado querer.

Mais uma vida passada
Nessas estrelas da madrugada,
Nesses rochedos do viver,
Nesta angústia de te não ter.


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