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Foi na rota das estrelas,
Quando a luz destas ainda não existia,
Que vi um especial brilho: o teu.
Vi em ti o meu espelho,
Uma alma que me completava,
O meu refúgio quando queria estar só.
Achei o que nunca tive,
Recebi o que nunca me deram,
Reencontrei o que perdi...
Mas o oposto do próprio oposto
Contradizia o que nos unia...
O preto e o branco dividiam o teu ego
E eu estava distante dessa visão...
Entrávamos numa saída
A percorrer no tempo,
Numa incerteza de certezas:
Soube que te vi,
Sei que te vejo,
Mas não sei se me conseguirás ver...
"Ponto de Situação"
Enfrentei o encontro
Já há muito marcado...
Pois debati-me comigo
Na selvática corrida para o presente...
Desespero, então,
Após alcançar a consciência da esperança,
E, como refúgio,
Instalo-me na brisa suave das palavras...
Divido-me em dois destinos,
Solarengos e frios,
Mas confortavelmente sedosos...
Confronto-me, lado a lado,
Rindo e chorando,
Pisando pedra-a-pedra,
Dia-a-dia...
E cumpro assim
O talhar da madeira, rígida,
Mas indubitavelmente necessária.
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