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Eduardo Manuel Maia Figueiredo


Corrupção

 

pára um pouco nesta sala
e deixa que te sintam...
 
 * * * * * * *
* * * * * * *
 
Agora paira no ar
e sobe, ó corrupção:
vê o Porto e o norte de Portugal!
Cruza as doiradas águas,
e segue sempre, corrupção.
Deixa que te pisem aqui,
ou que torçam ali,
e até que trocem de ti.
Não te importes, corrupção:
se não puderes ser grande,
torna-te pequena.
Mas segue sempre, corrupção.
Continua!
Em Coimbra, enche-te de saber,
e em Lisboa, de poder.
Cruza as tágidas águas
e os ondulantes plainos.
Absorve agora todo o sal
das lágrimas de Portugal,
e prepara-te para o deserto.
Derruba as hercúleas colunas!
Vence o Atlas, corrupção!
E quebrados os científicos meridianos,
resiste ao deserto, corrupção.
E quando chegares lá,
onde eu nasci,
torna-te negra, ó corrupção!
E então explode,
e surge no céu
como uma nuvem:
eis aí a marca da velha e eterna desgraça.
 
 
homenagem a todos os corruptos do mundo e aos
políticos e detentores do poder que dizem que
é muito difícil de combater.



26 de Abril de 2007
Eduardo Manuel Maia Figueiredo

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