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André Ala dos Reis, Ainda vida, 1980.
SANGUE DO CORPO E DA ALMA
 

Tenho no sangue o grito das gaivotas,
no cabelo revolto a nortada cortante,
nos olhos a distância igual do Mar,
na pele negra da cara, o sol brilhante.

Na cabeça, uma esperança azul escura,
nos pés, a volúpia de voar,
no peito estreito, a sede de saber
no coração, o querer-te decifrar.


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