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André Ala dos Reis, Ainda vida, 1980.
MERIDIONAL
 

Nasceste com pele de moura
e brincos de Andaluzia;
o teu cabelo tão negro,
de noite, nunca se via.
Na cabeça, tinhas sonhos
a cheirar a maresia;
nunca quiseste mostrar-mos
nem eu mesmo to pedia.
Porque fugiste de mim,
não no sei. Muito eu te queria.

Tinhas alma de cigana,
Os olhos da cor do breu

A tua pele era moura,
os brincos, de Andaluzia;
Sempre fugiste de mim,
de mim, que tanto te queria.


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