Adriano Casqueira Pires

Vida vivida

Sinto a alma verter gotas de sangue
Ao pensar na mocidade que perdi...
Ó alma tão cansada!
Ó rosto exangue!...
É morta a vida que vivi!

Árvore despida de folhagem,
Inverno tão sombrio,
Asas cortadas,
Covardia e coragem,
Vida – paradoxo...
Dessa vida eu rio
Em gargalhadas ocas.
Rugas, velhice precoce,
Nuvens negras,
Frio.
Branca cabeleira,
Vento de Inverno,
Pensamentos loucos,
Inferno.
Velha juventude,
Loucura benfazeja...
Quem a deseja?
Fim. Para mim.

20/03/1971

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