Adriano Casqueira Pires

Soneto a Carmita

Há muito já, senti a solidão
Bater à minha porta, docemente;
Fiquei a suportá-la, mansamente,
Tão triste, na minha escuridão...

E meu pensar – vazio o pensamento –,
De mim se ausentou, a vaguear,
E foi pelo Céu fora, a procurar,
Alguém que aliviasse o seu tormento.

E o Céu, cheio de cor, de luz, de vida,
Da virtude mágica de Deus
Da omnipotência Sua, infinita,

Mudou o curso aos pensamentos meus
E trouxe à minha alma a mais querida
E santa imagem de mulher: - Carmita.

                                   05/06/1960

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