Adriano Casqueira Pires

Noite sem lua

Em noite sem lua,
De forte invernia,
O vento gemia
Lá, nos pinheirais.
E a chuva caía,
Mais forte, mais fria,
E cada vez mais.

Rugia o trovão,
Enorme e medonho.
E a chuva caía,
Mais forte e mais fria,
No meu coração,
Cansado e tristonho.

Na noite sem sombras,
Sem luz e sem cor,
Despida de vida,
Desnuda de amor,
Orei… numa prece
A Nosso Senhor,
Confuso, mas crente.

E a lua nasceu,
A chuva parou,
O vento morreu
E tudo acalmou.

E a noite desnuda
De luz e de amor
Ficou queda e muda.

Nasceram estrelas,
A lua brilhou…
De novo, aos meus lábios,
A prece voltou.

              Inícios da década de 1960

  Página anterior  Página inicial  Página seguinte