Ao poeta António Gedeão

Saudade... palavra do infinito;
saudade... sulco cavado
na esteia das recordações .


Na ciência me envolvi
(vida que vivi com vida);
estudei Física e Química;
Rómulo de Carvalho
um nome a não esquecer!
foi meu professor:
sem dúvidas, sem hesitações,
entrei, a fundo, em seu «saber».


E já o calor lhe invadia
essa entrega à poesia.


Duas pessoas distintas!
António Gedeão sentiu a poesia
que dele brotou:
a vontade imperou!
Realizou-se;
e encontrou-se
numa obra sem igual...
leia-se «pedra filosofal»!


Os ventos...
levaram seu corpo cansado;
e... o poeta morreu;
sua voz há-de eclodir no éter.
O poeta morreu...
mas a melodia, partitura
que escreveu um dia,
melodiosamente,
ouvir-se-á
após a partida!
E o poeta será vivo...
depois de pungente despedida...

                    Aveiro, 1997

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