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4ª Série - Número 3 - Dezembro de 2000 - pp. 45-46

 

Alda Gomes
 

Vai fazer seis anos que eu estou na reforma, o que quer dizer que a idade vai avançada e daí a minha desculpa por não saber as datas em que estive no Conselho Directivo. Sr. Dr. Arsélio, terá de averiguar. Eu acho que sempre tive os pés assentes na terra. Estou muito admirada por me julgarem, em raras alturas, anjinho. Nunca participei nos trabalhos da escola sem ser solicitada. A minha passagem por diferentes conselhos directivos e inclusive um ano como presidente do conselho directivo, foi por necessidade absoluta da escola. Recordo que nesse ano em que escola estava num impasse eu estava nos meus tempos livres, fora da escola; andaram à minha procura, porque um inspector veio, e queria que eu, como professora mais antiga, assumisse a chefia da escola. Eu neguei e disse: "Desculpe, mas isso eu não faço". Eu nunca poderia assumir um cargo de direcção sem que a escola se pronunciasse se me aceitava ou não aceitava. E então, normalmente como era costume, foi reunida a Assembleia de Professores e por urna minoria dos votos, como era lógico esperar, lá tive eu de assumir o cargo esse ano. Felizmente tive aquilo que eu na altura dizia "alguém é o meu braço direito" e foi o Dr. Arsélio. / 46 /

Portanto, ele melhor do que ninguém, poderá dizer, depois de eu falar, (espero que ele também fale) o que foi aquele ano de gestão. Nos outros anos, não há dúvida nenhuma que fui assumindo a minha responsabilidade no cargo que a escola me pediu, sempre numa linha de serviço à comunidade escolar; nem eu sabia fazer de outra maneira. Quase em todos os outros anos em que estive ao serviço da escola foi em função do curso nocturno. Porque não tinha encargos familiares, tinha disponibilidade de tempo, tinha como pessoa uma certa facilidade em relação humana, tanto com colegas como com os alunos, era normal que me pedissem um serviço desses. Foi com muito gosto que o fiz e mesmo agora sinto-me feliz por ter participado.