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4ª Série - Número 2 - Junho de 1999 - p. 4

 apresentação

Maria Teresa Nogueira Ilharco Caldeira de Sousa, professora 

Maria Teresa Nogueira Ilharco Caldeira de Sousa, licenciada em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, foi professora do ensino secundário de Matemática desde os anos 50 até 1992, altura em que se aposentou. Começou por leccionar no ensino particular e iniciou a sua carreira de professora do ensino público em 1957, no Liceu Nacional de Beja. Maria Teresa e o marido, Manuel Caldeira de Sousa, também professor de Matemática, vêm para Aveiro e entram para o Liceu José Estêvão (depois Escola Secundária de José Estêvão) em 1970, onde se mantêm até 1989, altura em que voltam para Beja.

Na Escola Secundária José Estêvão, Maria Teresa desempenha todas as funções. Para os professores desta Escola, Maria Teresa é lembrada pelo seu desempenho nas tarefas de lançamento dos anos escolares, especialmente nas comissões encarregadas da elaboração de horários. Mas é principalmente a orientadora pedagógica dos professores de Matemática de Aveiro. Começou por orientar estágios na Escola João Afonso de Aveiro em 1974/75, mas é na Escola José Estêvão que vai orientar estágios a partir de 1977 até abandonar Aveiro. Professores de várias gerações foram orientados por ela.

Há poucas pessoas com a experiência pedagógica prática de Maria Teresa, mas é, sem sombra de dúvida a pessoa que melhor conheceu o sistema de formação de professores de Matemática pela Universidade de Aveiro. Maria Teresa orientou os estágios dos primeiros bacharéis saídos da Universidade e de várias gerações de licenciados.

António Aurélio Fernandes, Arsélio Martins e Manuel Arcêncio da Silva deslocaram-se a Beja e passaram um dia a ouvir falar Maria Teresa de vários assuntos – da vida pessoal e da vida profissional. Parte dessa conversa vastíssima foi reconstituída para ser agora apresentada aos leitores da LABOR. Como é óbvio, deixámos de fora muitos dos assuntos abordados (pessoais e de experiência profissional). Mas o que se publica chega para apreender como era a educação no tempo da infância e adolescência de Maria Teresa, como era o ensino universitário, como se iniciava a profissão docente, como viviam os professores...

A vida de Maria Teresa Caldeira permite às novas gerações de professores "medir" as mudanças na educação e ensino e na profissão docente. Iludimos as perguntas, as nossas achegas sobre os diversos assuntos de que fala Maria Teresa. Quisemos que só se ouvisse essa "voz da experiência".

E pedimos desculpa aos leitores por não termos tempo e espaço para a reconstrução da totalidade dos caminhos e das lições de vida de Maria Teresa.

 

Esta é um primeiro exercício da revista LABOR naquilo que mais diz aos objectivos da revista e da associação que a publica: a identidade cultural e profissional dos professores pela via da memória e da reflexão dos docentes é um processo de construção ou de reconstrução, o que se mostra está num espelho que reflecte desde o que fomos até ao que somos ou pretendemos ser ou fingimos ser.

A Redacção.