|
Acerca deste álbum
Em 8 de Janeiro de 2023, recebi do caciense amigo
e colaborador do espaço «Aveiro e Cultura», Mário Ferreira da
Silva, uma mensagem com o seguinte conteúdo:
«Prof., desde já grato pela sua atenção.
Um dos combatentes que esteve em Angola viu as
fotos do site «Aveiro e Cultura» e entrou em contacto comigo,
dizendo-me que não tinha encontrado nada do local onde esteve.
Respondi-lhe que as fotos lá colocadas eram de combatentes que
disponibilizaram o material que possuíam para serem lá
inseridas. Como resposta, perguntou-me se podia lá colocar as
dele, ao que lhe respondi que ia entrar em contacto com o
administrador do site, e que em breve lhe daria uma resposta.
Mais informo que ele pertenceu à Companhia de Caçadores 113 do
Batalhão de Caçadores 13 e esteve na localidade de TANDO-ZINZE,
em Angola, povoação de que nunca ouvi falar. Perguntei-lhe onde
ficava e ele disse-me que era em Cabinda.»
Lida a mensagem do amigo Mário, respondi-lhe com
uma mensagem que é praticamente a mesma perante uma situação
idêntica, como prova a resposta que transcrevo:
«Sempre que alguém pretenda colocar imagens no
espaço «Aveiro e Cultura», o Mário não precisa de me perguntar
nada, porque as memórias militares também são suas e de todos os
que nelas quiserem colaborar. Por isso, diga-lhe que o espaço
também é dele, se assim o quiser. Que o ano esteja a correr bem,
são uma vez mais os meus votos para 2023. Cá fico a aguardar o
resultado.»
«Prof., grato pela atenção. Já informei o
combatente para enviar as fotos. O Professor quer que envie
conforme vou recebendo ou envio no final? Continuação de um bom
ano 2023. Mário Silva.»
No dia seguinte, comecei a receber fotos do amigo
caciense, digitalizadas rigorosamente com as características que
em tempos lhe aconselhei: «digitalização sempre a cores, ainda
que os originais sejam a preto e branco, e com uma resolução
mínima de 600 dpi.» Os primeiros exemplares, segundo a mensagem
recebida, eram de imagens não incluídas no álbum. Eram imagens
avulsas, fornecendo elementos complementares, tais como a
localização no mapa de Tando Zinzé e documentos acerca do
batalhão e companhia e ainda fotos anteriores à ida para Angola.
Em 12 de Janeiro, nova mensagem, do Mário:
«PROF. Falei com o autor das fotos. Disse-me que
esteve sempre em TANDO ZINZÉ e que deve ter umas 70 fotos. Já
enviou algumas. Muitas estão mal digitalizadas e tive que cortar
as fotos para ficarem direitas. Envio duas fotos para o
professor ver, mas há bem pior. Alertei para o facto e ele
disse-me que ia mandar o álbum, para eu digitalizar. E
pergunta-me se o Prof. também lhe põe o álbum na Net, como fez
com outros combatentes. Sendo assim o que é que o Professor acha que
devo fazer? Aguardo pelo álbum e mando depois tudo junto?
Diga-me o que pensa.»
Respondi-lhe: «Claro que farei um álbum com o
nome dele, tal como já fiz para outros colaboradores. Assim
sendo, espero pela colecção completa para começar a
construir-lhe as páginas.»
Nos dias seguintes, através do GMAIL, comecei a
receber as fotos digitalizadas pelo Mário. Mas quando pensei na
idealização das páginas e estrutura a dar-lhes, fiquei, como se
dizia antigamente, «a ver navios no alto de Santa Catarina». Sem
ter uma ideia de como era o álbum, sem o ter na minha frente
para o manusear e encontrar a inspiração necessária para
desenhar o formato das páginas, liguei ao Mário a dizer-lhe:
«Acabo de ver no telemóvel que já começou a
enviar material para o novo álbum de um ex-combatente. Por
motivos imprevistos, tenho estado longe de Aveiro e sem
computador. Estou em Matosinhos em serviço de «NETO work».
Logo que esta ausência termine, começo a descarregar o material.
Entretanto necessito de informações complementares, porque não
consigo arranjar ideias para desenhar o formato do álbum. Por
isso, peço-lhe o seguinte:
1 – Tire com o telemóvel uma foto ao álbum fechado
e outra com ele aberto, para eu ficar com uma ideia da forma
como está organizado.
2 – Se ele estiver bem organizado e estruturado,
poderei fazer uma réplica para colocar na Net tal como já fiz
para outros.
3 – E diga-me quais as dimensões, para construir
uma réplica do original em formato HTML. Por agora é tudo. Votos
de uma boa semana.»
O Mário acudiu rigorosamente ao meu pedido.
Praticamente no mesmo dia estava a enviar-me, com a ajuda do
telemóvel, imagens com qualidade do álbum aberto e fechado. E,
indo ainda mais longe, fotografou com o telemóvel, página a
página, todo o conteúdo, o que me permitiu ver o original como
se o tivesse na minha frente. E isto foi de uma ajuda
importante, porque me forneceu logo ideias para a construção do
novo conjunto de páginas sobre um ex-combatente numa região
angolana ainda inexistente no espaço «Aveiro e Cultura». Eis o
que imediatamente a minha imaginação me indicou: «Criar uma
réplica do original com as fotografias, quase todas no formato
9x12, em tamanho real, ou seja, com as miniaturas com as
dimensões de 350x500 px, dispensando-me deste modo de criar uma
versão de «slide show».
Infelizmente, pela observação de todo o espólio
fotográfico, verifica-se que o seu interesse é reduzido do ponto
de vista documental, para não dizer nulo, porque o autor é
exclusivamente marcado por tendências fortemente narcisistas.
Esqueceu-se de registar para a posteridade imagens que nos
permitam ver, à distância de 50 anos, como era toda a
envolvência da zona onde esteve aquartelado. Exceptuando uma
meia dúzia de imagens, tudo o que temos neste álbum são
fotografias em que ele se mostra quase exclusivamente a si
mesmo, esquecendo tudo o mais que o envolvia. Mas é o que temos
e que cada um faça o seu próprio juízo.
Relativamente à estruturação das páginas, o que é
que procurámos fazer?
Tirando as imagens suplementares fornecidas
extra-álbum, temos aqui uma reconstituição, quase um «fac-simile»
do original, que podemos folhear como se o tivéssemos nas nossas
mãos. A única diferença é que nunca colocámos na mesma página
imagens verticais com imagens horizontais, o que nos obrigou a
alterar a sequência fotográfica. E, além disto, as fotografias
que apresentavam defeitos, tais como manchas acastanhadas e
marcas de rasgões ou de dobragens inconvenientes, foram
previamente retocadas. Veja-se, por exemplo, o original da
fotografia 16 e clique-se nele, para apreciarmos a diferença. As
imagens sem legendas poderão ser mais tarde completadas, se o
autor ainda se lembrar dos nomes dos elementos que nelas
figuram.
Para facilitar a navegação, isto é, para podermos
ir para qualquer página do álbum sem termos de o folhear,
colocámos a seguir ao ponto 4 uma série de traços, que
correspondem às páginas do original. Clicando sobre uma das
linhas, iremos parar à página localizada no princípio, no meio
ou no fim ou em posições intermédias.
E se o autor do álbum quiser e ele nos contactar,
poderemos, um dia mais tarde, inserir uma nova rubrica, onde ele
poderá disponibilizar uma espécie de registo biográfico ou
outros elementos que achar interessantes. Para já, na última
página, poderão os internautas do espaço «Aveiro e Cultura»
encontrar um registo interessante relativo a José António
Salgueiro: os textos que lhe foram inspirados pela miúda que
conheceu em Angola e pelo Abril de 1974, por ele vivido numa
situação bem mais confortável que a minha, que me encontrava na
altura praticamente enfiado no meio da selva africana, no sector
de Malanje, muito próximo da fronteira com a República do Zaire
(ex-Congo Belga).
Aveiro, 18 de Fevereiro de 2023
Henrique José Coelho de Oliveira
Ex-combatente e alferes de 1 grupo de combate
da 3.ª Comp. de Caçadores do Bat. Caç. 4511
– «Os Tigres de Sanza» – |
|