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Igreja do Carmo e Capela de S. Sebastião

Regressando à Avenida Central e à de Bento de Moura, segue-se por esta, e pelas ruas do Gravito e do Carmo. À direita desta última rua, levanta-se a Igreja do Carmo (PI. n.º 3), a seguir à qual se vê o Asilo-Escola Distrital.

Fundada entre 1613-1620, com o patrocínio de Pedro Tavares, senhor de Mira, pelos carmelitas descalços. A construção da igreja foi auxiliada por D. Brites de Lara e Meneses e concluída em 1643.

Fachada modesta, de tipo barroco-jesuíta, com galilé e o duplo brasão de D. Brites (Laras e Meneses); à frente do adro ergue-se um muro cuja decoração é tipicamente barroca; no tímpano da porta figura o brasão carmelitano e a data de 1711. / 495 /

A simplicidade do interior corresponde à da fachada; ressalva-a, porém, a boa decoração. Na verdade, são bons todos os retábulos apesar de a desarmonia que os caracteriza: desenho construtivo clássico e ornamentação barroca. Todas as talhas têm pouca altura. No arco triunfal, o brasão de D. Brites. O retábulo da capela-mor, interessante, dispõe-se em dois andares.

Em nicho, emoldurado com portal barroco, está o túmulo de D. Brites de Lara (morreu em 1648), de mármores coloridos. Obra desgraciosa, de tipo barroco.

No extremo da Rua do Carmo fica a Rua de Hintze Ribeiro, à esquerda da qual se ergue o Quartel de Cavalaria 5.

Continuando na mesma direcção, pela Rua de Sá, encontra-se um pequeno largo (à direita) com a capela de S. Sebastião, antiga capela da Senhora da Alegria, sede da confraria do mesmo nome. É um dos mais antigos templos de Aveiro, que, segundo consta, já existia no séc. XIII. Nela tinha assento, no séc. XV, a velha confraria de pescadores e mareantes (pág. 474). Em princípios do séc. XVI foi reformada. Está em completo e mísero abandono.

A nave ainda conserva os painéis de azulejos, a decorarem as paredes. São do séc. XVII e de dois tipos – um, das pinhas e, geométrico, o outro. O singelo tecto de madeira apainelada ameaça ruína. Embora muito ogivado, o arco triunfal apresenta vislumbres da Renascença. Três nichos ligados, com colunas nos intervalos e um entablamento corrido, formam o retábulo, de tipo barroco (século XVII).

Em frente da capela ergue-se um cruzeiro quinhentista, deveras interessante, a despeito da enorme corrosão sofrida pelo capitel coríntio e pela figura de Cristo. A coluna firma-se num pedestal, cuja inscrição é um tanto ilegível, devido à erosão (este mal da pedra calcária observa-se em todas as igrejas de Aveiro). Está resguardada por um pequeno alpendre, assente em quatro colunas jónicas, com pedestais, o qual forma cúpula no interior. Exteriormente ergue-se em pirâmide de base quadrada, sendo coberto, sem ordem, por azulejos do séc. XVI (verdes, brancos, azuis, hispano-árabes), que, decerto, foram aproveitados da capela na maré das obras nela feitas no séc. XVI.

 

 

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