Que nada nos divida

AVEIRO, generosa e hospitaleira, será em breve centro e fulcro das atenções e dos cuidados dos Bombeiros de Portugal, de Portugal todo, do de Aquém e do de Além-Mar. Reunidos em Congresso, geral e magno, o XIX, eles irão dizer dos seu anseios e dar a conhecer das suas mágoas. Anseios que os levarão a melhor servir, mágoas por não terem melhor servido.

Tudo, tudo, seja pequeno ou grande, muito ou pouco, singelo ou complexo, fugaz ou duradouro, discreto ou grandioso, tudo será então discutido, tudo se deverá então discutir.

Poderá cada achega ser pequena de per si, mas todas elas juntas serão, por certo, contributo, forte e valioso, para o fomento e a valorização do Voluntariado.

E desde os problemas − que tanto os afligem e os consomem, que às coisas que os servem se reportam, e em aquisições e manutenção de material e viaturas se traduzem, passando pelas preocupações sempre latentes, e a marcar temperaturas elevadas e constantes no termómetro do dia-a-dia que as mede, inerentes às questões de seguros e outras afins − até à primordial e básica preparação do Voluntário, em que o Espírito tem as honras do primado, ou, melhor dizendo, não pode deixar de as ter, tudo será então discutido, tudo se deverá então discutir.

Pois um voto se formula, o mesmo que o Grande Estadista um dia formulou:

«Que se discuta, mas que nada nos divida».

Porto, Julho de 1970

PEDRO F. ALBUQUERQUE BARBOSA

Vice-Presidente dos Congressos da Liga dos

Bombeiros Portugueses