Escola Secundária José Estêvão, n.º 12, Abr.- Jun. de 1994

1. APOIO PEDAGÓGICO ACRESCIDO.

Na sequência da acção de formação em que participei, ACOT (Apple Classroom of Tomorrow), em Julho de 1993, na nossa escola, comecei a preparar material para utilizar na recuperação de alunos com graves dificuldades na aprendizagem do Inglês. Graças ao apoio e entusiasmo que o Dr. Arsélio Martins e Dr. Aurélio Fernandes me deram, esta tarefa tomou-se realidade.

O Dr. Aurélio é responsável por toda a programação de textos que se encontram nos computadores.

Os alunos, seis de cada turma, iniciaram logo o APA no dia vinte e três de Setembro do presente ano lectivo, com uma carga horária de duas horas por semana. Todos estes alunos tinham estado em avaliação sumativa extraordinária a Inglês desde o segundo período do ano de 1992/93. À medida que as aulas decorriam, alunos que no ano anterior não haviam mostrado nem interesse nem progressão na aprendizagem, começaram a mudar o seu comportamento e atitude perante a disciplina. Não faltavam e continuam a não faltar a estas aulas de apoio.

Dos doze alunos iniciais passei a ter sempre mais participantes, que pedem para vir trabalhar com os exercícios sempre que precisam de treinar algum ponto que estão a dar nas aulas curriculares. O computador desempenha o seu papel de remedial work. Desde o inicio do ano que os doze alunos vêm sendo sujeitos a testes diferentes dos outros, com objectivos que acompanham as aulas assistidas por computador. Para além de exercícios para treino de estruturas gramaticais, os alunos têm à sua disposição exercícios para treino de vocabulário, histórias e jogos.

Em face dos resultados que comecei a obter, procurei entusiasmar as minhas colegas de grupo. A Dr.ª Mónica Carvalho começou também a apoiar o 8.º C e 8.º E, servindo-se para tal do material já produzido. Os resultados positivos que esta colega está a obter servem de feedback para o meu trabalho.

A Dr.ª Lindonor Silveirinha também já começou a apoiar alguns dos seus alunos do 10.º ano, estando também já a produzir o seu próprio material. Está também sendo apoiada na programação pelo Dr. Aurélio.

À motivação fornecida pelo computador devo grande parte do sucesso deste trabalho. Esta ferramenta permite ao aluno trabalhar com o seu próprio ritmo, obter o resultado de respostas certas e erradas após cada exercício, e repetir aqueles em que está com mais dificuldade.

Para além dos exercícios em Hypercard, os alunos também produzem pequenos textos, usando para isso o computador como processador de texto.

Apesar de ter seis alunos com APA em cada uma das turmas, os computadores (dez) estão geralmente ocupados por outros alunos que pedem para vir trabalhar com o material produzido em Hypercard.

Mais do que tudo que eu possa dizer a favor deste tipo de abordagem, é ver os alunos a realizar o seu trabalho na sala ACOT e consultar o livro de ponto, onde as faltas ao apoio a Inglês são praticamente inexistentes.

Para além do APA, a sala ACOT também é utilizada uma vez por semana pelo 9.º C e 9.º H. Estas turmas, uma com 19 e outra com 21 alunos, têm o tamanho ideal, pois ficam dois alunos por computador. Estes alunos, além dos exercícios e fichas gramaticais que treinam nas aulas habituais, têm acesso aos exercícios no computador. O entusiasmo é grande e o computador permite que cada par de alunos desempenhe a tarefa com o seu próprio ritmo de trabalho. Os mais adiantados podem repetir os exercícios, caso o achem necessário, ou passar para outro. Os alunos são autónomos, podendo, sempre que o queiram, solicitar o professor, que vai circulando pela sala para ver o andamento das tarefas.

Há uma grande variedade de material que foi criada tendo em vista os utilizadores desta sala, assim como, obviamente, as suas necessidades. Todos os meses são acrescentados novos materiais de acordo com o andamento das aulas de apoio como das aulas normais.

As turmas 8.º B (27 alunos) e 8.º D (28 alunos) também vêm habitualmente uma vez por semana à sala ACOT. Os alunos de apoio servem então de "monitores" destes alunos, pois estão à vontade no manejo dos computadores. É um incentivo para estes alunos e, ao mesmo tempo, ajudam o professor que, sozinho, não pode estar junto de todos ao mesmo tempo.

A existência do CD-ROM tem tornado as aulas muito mais interessantes. Por vezes, sirvo-me deste para os alunos ouvirem música inglesa, enquanto realizam determinadas actividades. Numa das últimas aulas, e de acordo com uma actividade do livro de Inglês adoptado, os alunos elegeram o Top 10. Os alunos comprometeram-se a trazer os CDs mais votados que, com o auxílio de um deles como DJ (Disc Jockey), foram ouvidos na sala ACOT. Como as condições sonoras são óptimas, esta actividade resultou muito melhor do que se eles tivessem escutado as músicas num vulgar leitor de cassetes.

A disposição da sala, em U, também ajuda à comunicação e a que as aulas decorram com mais ritmo.

O computador revelou-se na verdade um complemento muito eficiente nas minhas aulas de Inglês permitindo desenvolver ao mesmo tempo a autonomia e o espírito de inter-ajuda dos alunos.
 

Aliás, Escola Secundária José Estêvão

 

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