Escola Secundária José Estêvão, n.º 4, Jul. - Set. de 1991

Numa prateleira do arquivo da nossa escola, fomos encontrar, bem conservado, o primeiro livro de actas. Em caligrafia bem cuidada com os arrebiques da época, rasuras e abreviaturas estão os primeiros capítulos da história desta casa. Fomos ler a primeira acta.

Afinal, foi assim que tudo começou.

14 de Julho de 1851, Paço Episcopal da Cidade de Aveiro. Presentes apenas três pessoas: o Comissário de Estudos do Distrito e dois professores de Filosofia Racional e Moral. Era urgente a realização dos Exames dos Preparatórios dos Ordenandos, condição importante para se requerer a Ordenação.

Para o efeito fez-se instalar o Liceu, ali mesmo no Paço Episcopal, naquele momento. O Comissário presente foi de imediato considerado Reitor. Dos dois professores, foi o mais novo considerado secretário. O acto foi, evidentemente, abençoado por duas portarias datadas do ano anterior.

O documento não refere e nós acreditamos que não houve discursos de tomada de posse ou corte de fita. Nasceu assim a nossa escola com toda a simplicidade, no paço nobre do clero da terra.

Prometemos continuar a leitura deste livro.

A primeira acta aqui fica, para que se proceda à sua leitura.

«Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e cincoenta e um, aos catorze dias do mês de Julho do dito ano, sendo presentes no paço episcopal desta cidade de Aveiro o Comissário dos Estudos do Distrito, o Doutor João de Moura Coutinho e o Professor de Filosofia Racional e Moral Luiz Cipriano Coelho de Magalhães comigo Professor de Retórica Manuel Joaquim d' Oliveira Santos chamado oficialmente pelo dito Comissário dos Estudos para servir como Professor mais moderno de Secretário do Liceu, declarou, o sobre dito Presidente Comissário que havendo de proceder-se aos Exames dos Preparatórios do Ordenandos que pelos exames no Liceu desta cidade tivessem de se habilitar para requerer Licença para a Ordenação devia o Liceu considerar-se interinamente instalado para tais efeitos, sendo ele Comissário Presidente considerado como reitor e eu, Professor mais moderno como Secretário do Liceu, tudo na conformidade das Portarias de 25 de Setembro de 1850 e de 8 de Outubro e de 29 de Novembro do dito ano e das instruções ultimamente recebidas do Conselho Superior de Instrução Pública. E, para constar fiz este auto que vai ser assinado por mim como Secretário e como Professor, por ele Reitor e pelo Professor de Filosofia Racional e Moral e eu Manuel Joaquim d' Oliveira Santos o escrevi e assino.»

Aliás, Escola Secundária José Estêvão

 

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