Escola Secundária José Estêvão, n.º 22, Junho de 1998

 VISITA DE ESTUDO AO MUSEU MARÍTIMO DE ÍLHAVO

No dia 16 de Janeiro de 1998, apanhámos o autocarro com destino a Ílhavo. Saímos de Aveiro pelas 9 horas da manhã.

Ao chegarmos ao Museu, vimos um vídeo sobre a pesca do bacalhau no alto-mar, utilizando "dóris".

Ficámos a saber que os "dóris" saíam do navio ao amanhecer. Estes barcos eram dirigidos apenas por um pescador. Os "dóris" regressavam ao navio muitas horas depois carregados de peixe. Com a ajuda de arpões, os pescadores atiravam o bacalhau para dentro do navio, onde era aberto do umbigo até à barbatana. Tiravam-se as vísceras e o fígado. O peixe era espalmado e era-lhe retirada a coluna dorsal e a cabeça. Já dentro do barco, o bacalhau era muito bem preparado. Preparava-se também o óleo de fígado de bacalhau.

Os navios partiam dos seguintes portos: Aveiro, Porto, Figueira da Foz, Lisboa e Açores. Os principais destinos eram: os mares da Gronelândia e os mares da Terra Nova. Era assim:

Os navios partem e recebem a bênção. Ao chegarem ao seu destino, o mestre escolhe o seu "dóri" e sorteia os outros pelos pescadores. Preparam os instrumentos de pesca (estropos, estralhos, zagaias, etc.). Quando chega o isco, os pescadores arrumam-no nas câmaras frigoríficas. Às 4 horas da manhã arreiam os "dóris". Só ficam a bordo 2 cozinheiros, 4 moços de bordo...

Os tripulantes dos navios vestem roupas quentes e impermeabilizadas com óleo de linhaça, como o sueste (‘chapéu’), as botas bacalhoeiras e a rabana (‘casaco’).

O pescador leva no seu "dóri" o foquim (‘cesto’ com a seguinte comida: pão, peixe fresco, azeitonas e água), a faca e o corno ou búzio, que servia para avisar onde se encontravam. Os pescadores têm de limpar e renovar os seus instrumentos com alguma frequência. Os marinheiros dormem em beliches, desde as 24 horas até às 4 horas da manhã. Para cozinhar utilizam-se fogões a carvão com tachos ovais. Alguns dos instrumentos utilizados nos bacalhoeiros são: os remos, o mostrador, o volante, as bússolas, a hélice, velas de lona, o bitáculo e as zagaias. Quando está mau tempo, o homem do leme tem de ser amarrado ao mesmo.

Por vezes, no percurso, há icebergues que dificultam a viagem. Outras vezes, há nevoeiro. Quando há vento e os "dóris" estão no mar, içam-se as velas. Os quetes do convés, mesmo com mau tempo, são sempre enchidos.

Após o visionamento do vídeo dirigimo-nos para uma sala, onde observámos várias partes de um navio. Seguidamente, fomos observar uma variadíssima colecção de conchas e outros animais marinhos. Depois fomos ver uma colecção de barcos em miniatura. Após a observação destas colecções, dirigimo-nos para outra sala onde estava representada a sala de jantar / 15 / do capitão e dos outros membros, excepto os marinheiros. Estes membros superiores tinham um serviço de pratos muito requintado, quando comparado com o dos marinheiros. Nesta mesma sala, observámos também alguns dos instrumentos médicos e medicamentos utilizados para as mais variadas doenças.

Por fim, a visita de estudo terminou. Despedimo-nos da senhora que nos guiou e ficámos à espera do autocarro. Esperámos cerca de 10 minutos e, em seguida, este levou-nos à nossa Escola.
 

 

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