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Corre o tempo a todo o
gás
Mas deixando entrever a cena
De um mundo triste onde jaz
O perfume de uma paz plena
Simbolizada na lendária graça
Da pomba, agora em carência
Perdendo penas mas esvoaça
E assim mostra à evidência
Como o deslumbre da guerra
É o descalabro, a demência
Autofagia dos poderes da terra
Numa neurasténica impotência
A convocarem exércitos, o delírio
Para liquidarem a paz do mundo
Um nó cego de fogo e martírio
Capaz de meter tudo no fundo.
Fevereiro 2024
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