Das pedras soltas
No escuro da noite
Saíram mil canções
E as canções abriram
A lucidez da razão
Numa urgência clara
Para aniquilar de vez
Sem receio ou destemor
A tragédia em crescendo
Da repressão edulcorada
Envolta em ondas de ódio
De cuja espuma se erguia
A pomba do bom augúrio
Em mensagens emotivas
Apelando à união sem dolo
Orientada à mudança radical:
Era o dardo esfíngico, o sinal
Confiado às libertadoras garras
Do falcão que, ciente de si
E num abraço de fraternidade
Cumpriu a ordem sem mácula
Abrindo as asas nessa noite
A um Abril de sol em liberdade.
Maio
de 2024 |