Natal

 

Temos dentro de nós o Natal.
Um Natal ingénuo, tremendamente vivo
De prenda no sapatinho e presépio,
Uma mistura caldeada de alegria e sorriso
De onde nasciam futuros sem nome
Na claridade de um mundo aberto
Enfeitado de saudosas canções.


Hoje tudo foi roubado pela escuridão
Acentuada pelo absoluto da incerteza
Qual rio louco em suma inquietação
Teimando em retornar à nascente.


Mas surge o brilho do entendimento
Trazido pela profética Estrela de Natal
A refulgir no céu de todas as crenças
De todas as dúvidas, de todas as negações
E capaz de cortar a frieza do negrume
Para encher de conforto os corações
Afundados na tristeza do esquecimento.


Estrela de fogo na serenidade da paz
Águia a pairar nas alturas da Glória
E a vigiar a boa vontade e o amor
Dignificando a partilha e o perdão
Condoída da humanidade sequestrada
Na angústia da masmorra de si mesma
Mas militante esperançosa do resgate
Como a mais valiosa prenda de Natal.

Natal 2024

 

 

18-12-2024