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Este tímido Natal vai
emergindo
das trevas de um atávico medo
que vem da lonjura dos tempos
como vento indiscreto e frio
mas também acolhedor, rumando
ás memórias retidas, prisioneiras
nos afagos, nas carícias e mimos
duma infância, quiçá longínqua
repleta de nostálgicas vivências
e agora misturadas com o diamante
do cândido e feliz riso das crianças
interpelando sem nexo, as emoções,
as surpresas no calor dos abraços
e o anestésico burburinho da alegria.
Natal: mensagem luminosa e mística,
celestial bênção em nós derramada
e acolhida no grato louvor duma paz
onde a liberdade é intemporal e fraterna,
dons que nos obrigamos a honrar,
porque sabemo-los sublimes, misteriosos
e residentes na vera raiz do Verbo
donde se ergue em todo o seu esplendor
mais um Natal, decerto um Natal diferente
mas sempre igual na glória da sua essência
a todos os Santos Natais que anunciam
o supremo bem do universal amor inteiro.
Dezembro 2021
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