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Deixemos que o
sacripanta Ano morra,
que parta sem perdão do mal que fez
deixando que entre o desejado Novo Ano,
porque eu quero voltar ao café e à taberna,
entrar no restaurante, no bar, e na tasca,
quero também ir ao concerto e ao cinema,
passear descontraído pelos campos e jardins
ir à piscina, dar uma tranquila volta pela praia,
almoçar, jantar, petiscar, e até tagarelar
com os meus parentes, amigos e conhecidos
sem medos, receios nem constrangimentos.
Espero ver restituída a minha liberdade
salvaguardando o óbvio cumprimento
das regras e preceitos a ela associados,
quero ver a reconversão dos alambiques
que apenas têm destilado ódios e medos
os quais temos urgência em escorraçar
para sentirmos a nova e notável destilação
da esperança, da paz, e da concórdia,
bem como alguns dos princípios perdidos,
como a verdade, a lealdade, a honradez,
a honestidade, a vergonha, a modéstia,
e a contenção da ambiguidade política,
assim como a seriedade e o crédito
por amor à transparência sem mácula
dos que por nós eleitos, nos governam.
E se acaso todo este aludido desiderato
for cumprido, como esperamos que seja
não enjeitando aqui a nossa participação,
teremos o Ano Bom que todos desejamos.
Dezembro de 2021 |