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1 HÁ um provérbio chinês que diz: «Uma imagem vale mais do que mil palavras».

É tão velho este provérbio como o é também o seu povo e a sua civilização. Hoje, na época tão veloz em que vivemos, a fotografia ocupa na vida quotidiana um lugar primordial.

Se pensarmos que os jornalistas e repórteres fotográficos, que dão as notícias ao mundo, fossem privados deste meio para poderem levar junto dos seus leitores os «últimos» dos acontecimentos mundiais, o que seria da imprensa de hoje?

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A fotografia é tão importante em todos os sectores da vida moderna como propriamente a escrita de imprensa. Ela adquiriu na actualidade uma posição de tamanho relevo, que se tornou já um instrumento quase indispensável em todos os sectores.

No campo científico, a humanidade obteve já os seus importantes como benéficos efeitos.

No campo cultural e instrutivo são já inúmeros os mestres que em escolas ensinam os seus alunos através da fotografia, proporcionando-lhes novas ideias e tirando-lhes dúvidas, que, de outra forma, se não podiam explicar tão concretamente.

Também para a indústria, o seu desenvolvimento é enorme, pois se assim não fosse, o que seria o mundo das estrelas de cinema e de tantos outros ídolos que à custa da fotografia se vêem através de revistas, jornais, e tantos outros meios publicitários tão correntes dia a dia?

De todos os benefícios e bem-estar que nos proporciona a fotografia há ainda muitos ensinamentos a esperar, desde que a sua utilização seja honesta e sincera.


2 A fotografia será arte? Muito se tem escrito sobre este tema, mas se há opiniões contrárias, os grandes magnatas no assunto insistem e afirmam que a fotografia atingiu a maioridade como arte. Em todo o mundo se fazem exposições sobre fotografia, cada vez mais visitadas por um público numeroso e interessado.

Reconhecida a máquina fotográfica como meio de expressão artística, há milhares de pessoas que procuram tirar dela o partido que julgam mais conveniente.

Se há quem tire fotografias simplesmente para recordar os momentos felizes, outros há que observam o tema na sua maneira de sentir, e por isso vivem os momentos que a sua «câmara» captou.

Por vezes tira-se um instantâneo inesperado. E o que nos levou a fazê-lo? Foi aquilo que nos emocionou, foi coisa que nos pareceu dramática, bela ou triste, ou ainda uma cena de paisagem, que nos despertou interesse.

Alguns críticos de arte costumam apreciar trabalhos de pintura dizendo que não têm alma, que são simples banalidades, classificando-os de meras pinturas «fotográficas».

Querem dizer com isto que eles não revelam emoção. Hoje um fotógrafo de «categoria» ou simplesmente imaginoso, pode equiparar-se a qualquer outro artista.

Temos visto e apreciado já muitos trabalhos fotográficos (alguns deles de renome internacional). que pela sua expressão mostram nítidas fisionomias de angústia, de alegria, etc. Porém, outros há que pela sua imaginação são vivos e surpreendentes – em alguns casos tão incompreensíveis.

E, finalmente, outros artistas acabam por afirmar que a fotografia tem lugar idêntico ao da pintura, podendo mesmo enfileirar junto de telas de renome.

A fotografia será arte?...

joaquim félix

 

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