01 de Abril de 2018

O Ihavense


Homenagem Póstuma ao Comendador Egas Salgueiro

Figura incontornável ligada à Indústria das Pescas - empresário - Benemérito - Comendador

 

Conforme deixámos em breve nota na edição anterior, concluímos hoje o registo mais alargado sobre a Homenagem Póstuma que fica para a história da vida empresarial e cívica da Comendador Egas Salgueiro que, na passada sexta-feira, dia 16 de Março (precisamente em dia que decorria a 124º Aniversário do seu nascimento), passou a contar com nome de rua em Aveiro (Baixa de Santo António) e Busto (mesmo local) a perpetuar a Figura, o Industrial tão intimamente ligado à Indústria das Pescas, o Homem, o Benemérito.

A sua actividade empresarial e cívica não poderiam passar despercebida na Região onde desempenhou actividade empresarial e cívica que lhe confere Estatuto de Figura de Destaque.

O Busto inaugurado, de autoria do consagrado artista Aveirense Hélder Bandarra e a placa toponímica de execução da responsabilidade do pelouro da cultura da CMA, sinais de respeito pela memória desse Grande Aveirense, perpetuam essa grande figura que chegou a ser autarca aveirense e que deixou sinais indeléveis que a memória de imensa "Gente do Mar" jamais esquecerá, essencialmente naturais da sua cidade berço (Aveiro), de Ílhavo e de outras cidades do Litoral Português que sempre o viram como "figura de proa".

Bem perto do antigo Hospital da Misericórdia de Aveiro, de que Egas Salgueiro chegaria a ser Provedor e não muito longe da antiga Companhia de Moagens (Hoje centro de Ciência Viva) de que também foi mui digno presidente, o Comendador Egas Salgueiro parece olhar sobranceiro a sua Empresa de Pesca de Aveiro que foi abrigo de tanta gente desta Região.

A EPA viria a ser a 1.ª Empresa de Pescas que deu navios à Grande Epopeia da Pesca do Bacalhau em "terras geladas da Gronelândia", terras da "fim do mundo". Foi também a 1.ª a substituir as velas donairosas dos seus Lugres por motores que passaram a equipar as suas Unidades de Pesca Longínqua. Homem de "vistas largas" Egas Salgueiro que, como já referimos, foi autarca na CMA (vereador), esteve intimamente ligado ao Teatro Aveirense, de que foi presidente, aos Bombeiros de Aveiro, ao Sport Clube Beira-Mar e ao Rotary Clube de Aveiro. Em 1966 foi agraciado com "Comenda da Ordem de Mérito Industrial".

Na altura, seu neto, com o mesmo nome, lembraria seu avô como «um líder que sabia construir equipas, formar colaboradores e quadros das suas empresas, um Homem que ajudou a construir escolas, que fez de Aveiro o principal porto de pesca longínqua, ajudou a construir a cidade - um notável "empreendedor" à época. Egas Salgueiro, um Homem de causas públicas, um grande exemplo de vida, um Homem que "fez pontes", de que Aveiro e Ílhavo são verdadeiro exemplo.

Do acto de Homenagem (que terá na sua génese as figuras de Valdemar Aveiro e João Pires Simões) à Figura - Empresário - Benemérito, registemos ainda um poema feito e dito com alma por sua filha, D. Maria Celeste Salgueiro Seabra:

 

       A Meu Pai

Como o alto carvalho a dominar
Os vendavais da vida e da má sorte,
Tu foste assim, meu Pai, altivo e forte,
Tu morreste de pé sem te vergar!


Tu foste a sombra amiga a concentrar
Toda a família em volta; o seu suporte;
Exemplo de trabalho, o guia, o norte,
Uma mão estendida p'ra ajudar.

Tu foste o meu orgulho e afeição
Que em momentos de dor e de aflição
Sabia à minha espera ir encontrar.


Uma Obra criaste! Até ao fim
Teu espírito aberto foi clarim,
Padrão a minha vida a nortear.

            Maria Celeste Salgueiro Seabra

 

 

página anterior início página seguinte

07-05-2018