DIVERSOS COM EVENTUAL INTERESSE

Associação Comercial de Aveiro

Comemoração dos 140 anos

Quinta-feira, 19 de Novembro de 1998 – pág. 8

As comemorações do 140º aniversário da Associação Comercial de Aveiro (ACA) foram celebradas com um ciclo de conferências que tiveram início na passada segunda-feira e terminaram ontem. Três dias dedicados ao debate da situação do comércio e do comerciante que culminou com um espectáculo de música clássica, que teve como palco o Teatro Aveirense. No último dia, Manuel Ferreira Rodrigues apresentou o seu livro «A Fundação da Associação Comercial de Aveiro e o Estado da Barra em Meados do séc. XIX»), acenderam-se, pela primeira vez este ano, as iluminações de Natal e inaugurou-se a exposição de fotografia «Aveiro Comercial 1858-1998».

 

«O Papel do Comércio na Configuração dos Espaços Urbanos Uma Perspectiva Histórica, Uma Perspectiva Futura» foi o tema tratado por Manuel Ferreira Rodrigues, que realçou a importância do comércio no desenvolvimento das cidades. A Associação Comercial de Aveiro, «nasceu num contexto muito específico; num contexto local, nacional e internacional que foi o da adesão da região de Aveiro e do país, a um desenvolvimento moderno, e foi um instrumento de afirmação, um mecanismo de pressão sobre o Estado e o poder político.» Tendo sido durante décadas o viveiro do poder económico e do poder político da região aveirense, a partir da década de 1930, «ter-se-á passado qualquer coisa que lhe tirou o brilho, a importância». Manuel Rodrigues terminou a sua intervenção explicando a importância do comércio no desenvolvimento das cidades, afirmando que «o comércio é, por natureza, a mais urbana das actividades.»

José Mesquita tratou da questão: "Comerciante: O Empresário de hoje". Na sua intervenção, explicou as formas que o pequeno comerciante pode utilizar para ultrapassar os seus problemas, de como pode obter apoio financeiro e da importância da ACA para todos os comerciantes. José Mesquita salientou, ainda, a necessidade de se tornarem mais flexíveis os apoios financeiros, «porque as decisões de financiamento nem sempre chegam no momento certo."

"A formação como factor decisivo" foi o tema que Lucinda Gonçalves, coordenadora do Centro de Formação Profissional para o Comércio e Afins (CECOA Delegação do Porto), escolheu para a sua intervenção. No entanto, nem todos os comerciantes estão sensibilizados para esta realidade; por isso, afirmou Lucinda Gonçalves, «a formação tem que ser encarada como um meio e um instrumento para alcançar os objectivos de competitividade no comércio». A formação é, defendeu ainda a coordenadora do CECOA, «um factor de qualificação e diferenciação que transforma o comerciante em empresário.»


O Cartão do Futuro

A Associação Comercial de Braga e o Centro Tiendas España estabeleceram um Protocolo de Cooperação para a implementação do projecto CentroLojas Portugal. Os objectivos desta iniciativa são a defesa dos interesses do Comércio Tradicional e o seu desenvolvimento face às grandes superfícies. Numa época em que se verificam grandes transformações nos hábitos de compra, e em que aparecem novas formas de consumo, é preciso fomentar outras práticas comerciais. Por isso, o Cartão de Crédito CentroLojas constitui um importante instrumento para o Comércio Tradicional como meio de recebimento, e um cómodo meio de pagamento para os seus clientes. «Este novo cartão permite comprar a crédito, nos estabelecimentos aderentes à CentroLojas de todo o país, e pagar em três meses, sem qualquer juro ou custo adicional», explicou Patrícia Caño. São neste momento cerca de 33 as Associações que aderiram a este projecto. A associação Comercial de Aveiro assinou o protocolo a 26 de Setembro e já aderiram a este projecto cerca de 100 lojas.


Comércio Electrónico: a Realidade Futura

Os novos canais de informação exigem que os comerciantes se ajustem às novas realidades tecnológicas. Segundo explicou Paulo Castelo Lopes, «o comércio electrónico tem potencial para aumentar a competitividade e a eficiência das empresas abrindo novas perspectivas de negócio.» Com a introdução da moeda única, o comércio electrónico trará às empresas novas oportunidades, «permitindo-lhes pensar em mercados até agora inacessíveis.» Neste sentido, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal apresentou ao PROCOM o "Projecto Mercúrio", propondo a criação de um espaço de acolhimento na Internet e o desenvolvimento de infra-estruturas de suporte ao empresário do comércio e serviços. Este projecto, «com um investimento total na ordem dos 650.000 contos, dará alojamento e usufruto das suas infra-estruturas a acerca de 3.050 empresas e 100 associações no decorrer de dois anos e meio». O objectivo último deste projecto é o de proporcionar às associações e empresas a possibilidade de se familiarizarem, sem quaisquer custos, com as potencialidades das novas tecnologias da informação e da comunicação.

 

Manuel Mendes Leite

Bernardo Magalhães

Bento Xavier Magalhães

 

 

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