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Acerca do Paço dos Duques de Bragança

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Em 1420/22 o filho bastardo de D. João I – D. Afonso, futuro Duque de Bragança – mandou construir no conjunto topográfico hoje denominado "Colina Sagrada" um Paço destinado à sua residência e de sua segunda mulher, Dona Constança de Noronha.

A par dos elementos arquitectónicos tradicionais que lhe conferiam um carácter de casa fortificada, o Paço apresentava já, na sua traça inicial, vastas dimensões, coberturas de fortes vertentes, inúmeras chaminés cilíndricas que, constituindo elementos arquitectónicos novos no Norte do país, denotavam a influência da arquitectura senhorial da Europa setentrional (Borgonha e , transformando o conjunto em exemplar único na Península Ibérica e onde se reconhecem preocupações de conforto, iluminação e elegância, completamente inovadoras do século XV.

O período de vivência desta moradia senhorial centrou-se essencialmente no século XV, até à data da morte da primeira duquesa de Bragança – Dona Constança – em 1480.

O século XVI marca o início do abandono progressivo e consequente ruína (motivados por factores políticos e económicos) que se agravaram até ao século XX.

A reedificação do Paço começou a partir de 1937, resultando na recuperação quase total das fachadas NO e NE (a principal e a que está voltada para o Castelo), recuperação do pátio interior ao nível do rés-do-chão e do primeiro andar, reconstrução dos pavimentos, das coberturas, etc.

Procedeu-se também ao recheio, sendo a quase totalidade das peças datadas dos séculos XVII e XVIII, numa tentativa de reconstituição do quotidiano desses momentos áureos da nossa História.

Das colecções destaca-se pelo seu valioso contributo para a História dos Descobrimentos Portugueses, o conjunto das quatro cópias das tapeçarias de Pastrana, cujo desenho é atribuído ao pintor Nuno Gonçalves, autor do políptico de S. Vicente de Fora -- que narram alguns dos passos das conquistas do Norte de África; a colecção de porcelanas da Companhia das índias; o conjunto de faianças portuguesas das principais fábricas da época: Prado, Viana, Rocha Soares, Rato; o núcleo de tapeçarias flamengas, nomeadamente as que foram executadas segundo cartões de Rubens (notáveis pelos panejamentos e jogos de sombras), tapeçarias francesas – Aubusson – tapeçarias de Bruxelas e ainda a mostra de mobiliário português do período pós-descobertas, de que merece especial destaque o conjunto de contadores, desde os indo-portugueses, aos hispano-árabes de estilo mudéjar, aos bargueños espanhóis, passando pelos cofres, gavetas-escritório até cómodas e espelhos barrocos, estilos D. João V e D. José.

O Paço dos Duques está hoje classificado como monumento nacional, é um serviço dependente do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e engloba na sua estrutura, para além de uma área denominada de Museu, uma ala (fachada principal, 2º piso) destinada à Presidência da República; ao nível do rés-do-chão, uma ala vocacionada para iniciativas culturais diversas; salas de Exposições Temporárias e salas de apoio ao Serviço Educativo. Todas estas áreas têm funcionado no intuito de abrir e vivificar um espaço museológico que se entende como uma realidade formadora e informadora da comunidade.

Documento disponível em várias línguas no próprio edifício.

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