Aida Viegas, O Tempo das Delícias (poesia), Cucujães, 1999, p. 16.

Gosto de Ti

Gosto de ti, quando me falas com carinho,
Quando me afagas, me abraças e me beijas.
Gosto de ti quando me escutas ou partilhas
Comigo tudo o que te fere, o que desejas.
Gosto de ti ao perseguir um ideal,
És facho aceso na noite das tormentas
És guardião por mim eleito, sem rival
Pois na subida me amparas m’ acalentas.
Gosto de ti em muito mais que aqui não digo
Pois tu e eu já o sabemos de sobejo.
É todo nosso esse gostinho apurado
Onde entram, loucos, a paixão e o desejo.

Do que não gosto, eu não vou falar.
É segredo, no peito bem guardado.
Histórias que não quero recordar,
Pecado dia a dia perdoado,
Em troca do perdão que sempre espero
Quando por vezes faço o que não quero
Deixando o coração amargurado
Sem o amor que tinha p’ra te dar.


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