Uma cidade diferente
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Eram dez horas da manhã. Raiava
O sol e muitas pessoas sorriam!
Na Ponte-Praça, o que se passava?
Dia sem carros é o que todos viam.
Subitamente avistámos alguém,
Uma mulher vestida de tom púrpura
Combinado com verde; Donde vem?
Transborda a primaveril frescura.
Mas de repente – que visão de artista!
Se transformássemos esta simples dama
Em vegetais que ferem a nossa vista,
pela vitalidade e altiva chama?
O
roxo das calças converteremos e
numa belíssima couve redonda,
saborosa; o verde moldaremos
como um pimento, de figura hedionda.
Já a música ondulava na ria
E tudo se unia com aquele som!
Moliceiros criavam fantasia,
Estudantes vibravam com tal dom...
Uns passos adiante meditámos:
Sem carros? Como íamos avançar?
Trotinetes, skates, bugas... parámos!
Boom! Sentimos algo a desmoronar...
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Era a mais famosa Capitania!
Que impacto! Um enorme edifício
Ao lado existia... e ela morria...
Era a nossos olhos um eterno suplício!
Subimos então. Junto à Câmara radiosa,
Filas de crianças, pele rosada e macia,
Com a juventude, de ganga azul e curiosa,
Contracenavam sob a fresca maresia.
Errantes, os autarcas, num vaivém constante...
Por entre os grupos, de contagiante alegria,
Apressavam-se acenando a cada instante.
Vinham observar como o evento decorria.
E em tudo reinava perfeita harmonia.
Ah! Só até ao raiar do novo dia?!...
Ana Beatriz, Ana Mafalda, Sara –
12.º I
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