Acesso à hierarquia superior.

Verificou-se, porém, nos últimos anos, ser necessário melhorar as condições de trabalho para se obter maior rendimento de pesca, pelo que, em 1962/63, todos estes arrastões e mais o «Rio Alfusqueiro», navio de linha construído em 1958 e que foi modificado para arrastão, sofreram as seguintes grandes transformações:

a) – potência propulsora

Fez-se a sobrealimentação dos motores existentes, passando de 1.100 a 1.700 B. H. P.. para uma maior velocidade na marcha livre e mais impulso no arrasto.

b) hélices

Montaram-se hélices de passo variável para melhorar os rendimentos propulsivos e tornar mais fácil e rápida a manobra dos navios.

c) – guinchos de pesca

Substituíram-se para mais potência, passando de seis toneladas e cinquenta metros por minuto para dez toneladas e cem metros por minuto, com maior capacidade de bobinas.

d) – grupos electrogéneos

Também se instalaram novos, com maior potência.

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e) – ponte de comando

Aumentou-se a sua área, que passou de 10 para 25 m2, de forma a poder fazer-se a montagem de mais aparelhagem de navegação e pesquisa e, ao mesmo tempo, tornar possível aos oficiais de quarto acompanhar as várias manobras sem necessidade de se deslocarem ao exterior.

f) – convés

Modificou-se a sua aparelhagem de pesca e fez-se o aumento da borda no lado de B. B. até à altura do 1.º tombadilho, para melhorar as condições de trabalho da tripulação durante o tratamento de peixe e as manobras.

g) – alojamentos

Melhoria dos alojamentos para tornar mais confortáveis as condições de habitabilidade da tripulação.

Todos estes seis arrastões têm cerca de 1.300 m3 de capacidade nos porões e são tripulados por 64/65 homens, fazendo em geral duas viagens em cada ano, sendo a primeira de Fevereiro a Julho e a segunda de Agosto a Dezembro.

/ 33 / Em fins de 1962, iniciaram-se os estudos para a construção de dois novos arrastões, tendo sido bastante longas as conversações e estudos para se determinar se os navios seriam de arrasto a flanco ou pela popa.

Estudadas minuciosamente todas as circunstâncias, achou-se mais vantajoso construir os navios com rampa na popa e assim foi iniciado pelos Serviços Técnicos da E. P. A. o necessário ante-projecto.

Este trabalho foi orientado de maneira a serem obtidas determinadas características que se julgaram indispensáveis, quer pela economia, quer pelo rendimento do arrasto, características que geralmente não se têm observado nos navios modernos de arrasto pela popa, atendendo às suas condições de exploração.

Em resumo, dão-se a seguir as bases que condicionam o projecto destes dois arrastões pela popa:

1.º Manter uma capacidade de carga elevada, sem aumentar demasiado as principais dimensões.

2.º Colocar a Casa das Máquinas a ré, para evitar o túnel através dos porões e a intercepção da coberta de trabalho.

3.º Alojar a maioria da tripulação a partir do convés superior, para evitar a ocupação de espaço na coberta de trabalho.

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