DE novo t�m os leitores da �Fl�mula� de ler a minha
prosa, escrita sempre ao correr da pena e sem pretens�es de forma e
de linguagem. Aconselho-os, para se n�o ma�arem, a passar adiante e
deixar de parte esta literatura mais que de �cordel�, � qual n�o me
pude eximir, embora o tivesse procurado fazer bastantes vezes.
Todavia, o redactor principal do nosso Boletim tanto me puxou pelo
casaco, amea�ando-me at� de repres�lias de toda a ordem, com
inclus�o de sev�cias, que n�o pude furtar-me a vir, mais uma vez,
contribuir para que os leitores da �Fl�mula� fa�am um coment�rio
desagradavelmente justo aos meus rabiscos.
� A�ORES � Arquip�lago do Continente, no meio do
Atl�ntico. Que vos hei-de contar destas ilhas, n�o de todas, pois
apenas conhe�o Santa Maria, S�o Miguel, Terceira, Faial e Pico?
Confesso sinceramente que n�o sei como come�ar. S�o
t�o diferentes! Tenho tantas recorda��es, boas e m�s, que s� de as
lembrar se baralham as ideias, n�o conseguindo definir um esquema a
seguir.
Lembro, antes de mais, a primeira viagem que fiz
�quelas Ilhas, em 1948, quando ainda nem sequer pensava vir
trabalhar para a E. P. A. e durante a qual conheci o tri�ngulo
Terceira � S�o Miguel� Santa Maria.
Recordo perfeitamente. Fiz a viagem num avi�o militar
� um DC 4, cujo n�mero nas For�as A�reas era o 282. Era um avi�o de
transporte, sem quaisquer comodidades, com bancos laterais, sem
almofadas, sem cabine pressurizada, enfim, um avi�o militar, onde o
espa�o deveria ser destinado a soldados equipados para combate e
carga, que se situava a meio do avi�o, entre os bancos. Desagrad�vel
para quem faz uma primeira viagem grande.
/ 8 / Lembro agora um incidente curioso que se deu
antes de sairmos de Lisboa. Na viagem acompanhava-me uma pessoa de
fam�lia, para quem o viajar de avi�o, embora o tivesse feito muitas
vezes, n�o era nada agrad�vel. Antes da sa�da de Lisboa, e porque a
viagem seria longa, pois sab�amos de antem�o que ir�amos encontrar
mau tempo, esta pessoa, a quem muito quero, pediu-me que lhe
comprasse um livro para estar entretida. O tempo era pouco, e no
Aeroporto a escolha era dif�cil. Peguei num livro de que nem sequer
li o t�tulo e, j� a bordo, entreguei-o � destinat�ria. Com surpresa,
verifiquei que, mal viu o t�tulo, o escondeu na mala de m�o. Raz�o:
o livro chamava-se �A MORTE ACOMPANHA-ME NA VIAGEM�.
Felizmente nada aconteceu e depois de seis horas de
voo, aterr�mos no Aeroporto das Lajes � na Ilha Terceira.
� sa�da, embora tivesse observado do ar a panor�mica
da Ilha, tive a sensa��o que tinha ca�do repentinamente na Am�rica,
tal era o movimento de avi�es militares e de tropas daquela
nacionalidade.
Passada a primeira impress�o, tomei contacto real com
a Ilha e fui tomando conhecimento dos seus costumes, das suas
belezas, da sua vida, etc..
Vou dar-vos uma ideia do que sinto sobre a Ilha
Terceira dos A�ores.
Certamente ningu�m ignora que esta Ilha foi assim
denominada por ter sido descoberta em terceiro lugar.
Pertence ao Grupo Central. A sua capital � Angra do
Hero�smo, que ao mesmo tempo � Capital do Distrito, a que pertencem,
al�m desta, a Graciosa e S. Jorge.
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