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EXPOSIÇÃO COLECTIVA 50 ANOS - 11 de Setembro a 10 de Outubro de 2021


          AveiroArte         

 

Já lá vão 50 anos sobre a fundação, assim se deve verdadeiramente chamar, de AveiroArte.

Foi o encontro mágico de um grupo de aveirenses, na nossa terra nascidos, ou por opção a ela ligados, que deu origem a uma gesta que sempre se soube traduzir em manifestações de um acendrado amor às coisas da Arte.

Essa gesta conseguiu ser vivida, intensamente vivida, mantendo unidos não só os membros fundadores, mas muitos mais, que ao longo dos anos, se lhes foram juntando. E isto tudo sem intervenção de notários a reduzir – isso mesmo: a reduzir! – a escrito regras de comportamento que primaram ao longo de quase 30 anos, pela espontaneidade da inventiva acima de tudo de três dos nossos fundadores: Vasco Branco, Artur Fino e Jeremias Bandarra.

Hoje somos uma instituição que a Edilidade Aveirense entendeu ser digna da medalha de prata da nossa cidade. Hoje, temos número de pessoa coletiva, temos estatutos vertidos em escritura pública, quiçá limitadores de irreverente imaginação.

Em contrapartida, dispomos de uma Galeria que a Municipalidade nos confiou, e que a Direção Eleita pelos nossos associados tem vindo a converter num centro de extraordinária vida cultural, com um excelente ritmo expositivo criador de hábitos de leitura das multímodas manifestações de criatividade artística que têm sido disponibilizadas a quem nos frequenta.

A direção do AveiroArte, tem sabido intercalar exposições dos nossos sócios com outras de artistas de fora, portadores de qualidade reconhecida e enriquecedora, e ainda aquelas que de algum modo constituem forma de mostrar gratidão a quem, pelo seu exemplo de artistas, tanto ajudou à nossa formação: Júlio Resende e Vasco Branco. Olhando para trás ganhamos renovadas forças para encarar o futuro.

É que, mais do que nunca, vale a pena esforçarmo-nos por encontrar respostas para as questões que o meu velho amigo e nosso associado Professor Joaquim Correia colocou no seu texto introdutório do catálogo da nossa exposição anual de 2004, e que ora, com renovada intenção, transcrevemos:

«Para que serve a arte se ela não se comunica ao povo? Como é que uma comunidade se afirma se, a par do desenvolvimento económico e social, não se desenvolve a necessidade da beleza, sobretudo a necessidade daquela beleza profunda que envolve, como defendia a filosofia antiga, a justiça, o amor, a virtude? Será o ter o que mais importa no mundo? Não será o ser em toda a sua busca de equilíbrio, de harmonia, de dignidade conscientemente procurada o que mais importa à sociedade humana?

Talvez comecemos a descortinar pontas da meada que envolve todos estes pontos de interrogação na arte que, mais uma vez, os artistas de AveiroArte nos apresentam.”

Gaspar Albino

 

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